Título: Crise sobre programa nuclear já dura duas décadas
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Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/2006, Internacional, p. A11

Os esforços diplomáticos dos EUA para conter as ambições nucleares da Coréia do Norte foram iniciados na década de 80. Em 1985, o governo de Pyongyang aderiu ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e seis anos mais tarde as Coréias do Norte e do Sul assinaram uma declaração para livrar a Península Coreana de armas nucleares.

No entanto, em 1992, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) descobriram discrepâncias no relatório norte-coreano sobre seu programa nuclear. As investigações da agência da ONU certificaram que a Coréia do Norte não estava cumprindo o TNP e posteriores investigações da inteligência dos EUA indicaram que Pyongyang teria entre uma e duas bombas nucleares.

Em 1994, após quatro meses de negociações, a Coréia do Norte concordou em congelar seu programa nuclear e aceitar as inspeções da AIEA para receber, em troca, dois reatores de água leve (com menos risco de serem usados em armas nucleares) e suprimentos de petróleo até a construção dos reatores.

Mas, oito anos após o acordo, os reatores ainda não tinham sido construídos. Os EUA, dizendo ter evidências de que a Coréia do Norte tinham um programa secreto de enriquecimento de urânio, suspenderam o envio de petróleo.

Pyongyang expulsou os inspetores da AIEA e reativou seu reator de Yongbyon para, segundo o governo, gerar energia. Desde então, negociações foram mantidas, em meio a acusações entre EUA e a Coréia, sem que um acordo tenha sido obtido sobre o desmantelamento do programa nuclear norte-coreano.