Título: Sala de crise da empresa foi acionada na 2ª-feira
Autor: Mariana Barbosa, Isabel Sobral e Tânia Monteiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/2006, Economia & Negócios, p. B1

A Varig deixou de prontidão, na segunda-feira, a "sala de crise", num prédio da área industrial da empresa, na Ilha do Governador, no Rio. A sala é uma estrutura prevista para funcionar em situações de alto risco, como acidentes graves, guerra no exterior e iminência de paralisação de atividade. Funciona com um grupo de executivos e funcionários habilitados para tomar decisões de forma centralizada.

Oficialmente, a companhia só confirmou que a sala foi acionada, por menos de uma hora, em razão dos cancelamentos de vôos desde o fim de semana. A estrutura, informou, é aberta "para qualquer incidente que aconteça fora dos padrões da aviação". Fontes ouvidas pelo Estado indicaram que o acionamento da sala estaria ligado ao risco de paralisação à meia-noite da segunda, o que foi negado pela assessoria da Varig.

A sala, de 150 metros quadrados, funciona no prédio anexo à área industrial, junto ao hangar da empresa, num andar abaixo do centro de controle operacional. "Abriram a sala por correção, caso contrário seria uma negligência", diz um executivo que acompanha a empresa. O funcionamento foi preventivo.

Duas fontes asseguram que a sala entrou em prontidão no início da tarde de segunda-feira e foi desativada no início da noite. Os problemas encarados como potenciais, segundo as fontes, seriam os riscos de decretação de falência, suspensão do fornecimento de combustível, eventual paralisação de aviões. A decisão da Justiça de homologar proposta do TGV reduziu o estresse na empresa no fim do dia.

As salas de crise são comuns no setor e uma exigência de orgãos internacionais. "Essa estrutura permite lidar com eventos extraordionários de forma organizada", diz um especialista. No continente, a Varig foi definida, na aliança de empresas internacionais Star Alliance, como a responsável pelo apoio às demais integrantes em caso de incidentes na região nas primeiras 48 horas. Um ex-executivo da empresa lembra que a sala foi acionada no período dos atentados aos EUA em 2001. "A empresa está preparada para todos eventos caóticos da aviação e é uma referência na América Latina", disse outro ex-executivo.