Título: Superávit com Argentina cresce
Autor: Ariel Palacios
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/06/2006, Economia & Negócios, p. B8

Saldo comercial é positivo para o Brasil pelo 3.º ano seguido; celular, carros e caminhões são os mais vendidos

O Brasil completou em maio 36 meses de superávit comercial ininterrupto com a Argentina. Segundo a consultoria Abeceb.com, principal especialista em comércio exterior na Argentina, o Brasil conseguiu com o país vizinho um saldo comercial favorável de US$ 344 milhões, ou 3% a mais do que o mesmo mês do ano passado e 15% superior em relação a abril deste ano.

As exportações brasileiras para o mercado argentino foram de US$ 981 milhões, ou 10,2% mais em comparação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, as vendas de maio foram 10,2% inferiores às registradas em abril deste ano.

No caminho inverso, as exportações argentinas para o mercado brasileiro chegaram a US$ 637 milhões. Isso equivale a 14,6% mais do que em maio do ano passado, e 8% superiores a abril deste ano.

Entre os empresários argentinos - e também no governo - existe preocupação pela persistência do superávit brasileiro. Mas também está começando a preocupar o avanço da China como grande abastecedora do Brasil. Os chineses tomaram o lugar da Argentina como o segundo maior exportador para o Brasil. O maior abastecedor do mercado brasileiro são os Estados Unidos.

No entanto, a Argentina continua se destacando por ser um dos principais destinos dos produtos brasileiros. Entre os mais comprados estão os celulares, automóveis e caminhões.

Nos primeiros cinco meses do ano, a balança comercial com a Argentina foi positiva para o Brasil em US$ 1,503 bilhão. Esse foi o maior superávit brasileiro com o mercado argentino no período desde 2004.

O superávit brasileiro com a Argentina em 2005 foi de US$ 3,676 bilhões, equivalente a um aumento de 103,4% em relação à 2004. Esse foi o maior superávit para o Brasil em toda a história comercial com a Argentina.

O último ano em que o Brasil registrou déficit com a Argentina foi 2003. Nesse ano, a marca foi favorável à Argentina em apenas US$ 112,6 milhões. Entre 1995 e 2003, a Argentina desfrutou de um confortável superávit com o Brasil. O déficit brasileiro nesse período foi de mais de US$ 10 bilhões.