Título: CPI das Armas quebra sigilo de 14 advogados
Autor: Marcelo Godoy
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/07/2006, Metrópole, p. C1

O presidente da CPI do Tráfico de Armas, Moroni Torgan (PFL-CE), disse ontem que foram quebrados os sigilos bancário, fiscal e telefônico de 14 advogados suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A CPI aprovou também a quebra de outros 16 sigilos de criminosos e parentes de presos envolvidos com o crime organizado.

Moroni acredita que, por essas 30 contas, passe boa parte do dinheiro que financia a "logística" do PCC, como a corrupção de funcionários em presídios, compra de telefones celulares e pagamento de advogados. A CPI investiga 34 advogados suspeitos de colaborar com o PCC.

Ontem, o advogado Eduardo Diamante, que prestou depoimento na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, admitiu aos integrantes da CPI que é sócio do presidiário Bruno Cesar Pascini, seu cliente, em uma fábrica de bolas, que são costuradas por presos em seis penitenciárias paulistas. A polícia suspeita muitas dessas bolas, sob o pretexto de que estavam com defeito, voltam às penitenciárias recheadas com drogas, armas e celulares.

O advogado é suspeito de ter providenciado a entrada de três celulares e de R$ 15 mil para presos da penitenciária de Presidente Venceslau. Na casa do advogado, a polícia encontrou R$ 10 mil. Diamante não convenceu os deputados de que não atue como pombo-correio do PCC.

"Ele está firmemente incluso no esquema do PCC. Não diz a origem dos R$ 10 mil encontrados na casa dele e tem ligações com Macarrão, que é o segundo homem do PCC. Acredito que ele seja um dos advogados mais vinculados ao PCC", disse o presidente da CPI.