Título: Amorim e Mandelson vão discutir resistência dos EUA
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/07/2006, Economia & Negócios, p. B7

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, vai encontrar-se, nos próximos dias, em Londres, com o comissário de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, antes de seguir para São Petersburgo, na Rússia, onde vai acompanhar a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da reunião do G-8.

Amorim e Mandelson deverão tratar de pressões do Grupo dos Países em Desenvolvimento (G-20) sobre os Estados Unidos para que sejam aprofundados os cortes de subsídios ao setor agrícola concedidos pelo governo americano.

Por insistência do presidente Lula, os entraves à negociação da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) serão tratados durante o almoço entre os chefes de Estado do G-8 em São Petersburgo, na próxima segunda-feira.

O governo brasileiro tem defendido que só um acordo entre os líderes mundiais permitirá destravar as negociações, que chegaram a um impasse no nível técnico.

O encontro entre Amorim e Mandelson poderá ocorrer entre a noite de hoje e a manhã de sexta-feira. Será o primeiro encontro pessoal entre ambos, desde o fracasso da reunião da Organização Mundial do Comércio em Genebra, nos dias 30 de junho e 1º de julho.

Aquela etapa de negociações terminou sem avanços, basicamente porque os Estados Unidos se recusaram a modificar sua proposta de corte nos subsídios à agricultura e não aceitaram negociar regras mais estritas para a concessão desses benefícios.

Há esperanças de avanços em São Petersburgo, principalmente depois que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, solicitou audiência com o presidente Lula.

OTIMISMO O pedido foi interpretado por integrantes do governo brasileiro como um sinal de apoio à negociação de chefes de Estado sobre a Rodada Doha. Os dois presidentes deverão se encontrar também na segunda-feira, em paralelo às discussões do G-8.

Participam da reunião do G-8 - que entre outros temas deve discutir a energia no mundo, doenças infecciosas e ajuda à África - os sete países mais desenvolvidos do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), a Rússia e cinco emergentes convidados: Brasil, Índia, China, México e África do Sul.