Título: Quércia doa R$ 1 milhão para a própria campanha
Autor: Bruno Winckler
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/07/2006, Nacional, p. A10

O candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia, dono do maior patrimônio entre os concorrentes ao cargo (R$ 111 milhões declarados à Justiça Eleitoral), doou R$ 1 milhão para a própria campanha. Ele contou isso ontem à tarde, em Franca, região de Ribeirão Preto, onde se reuniu com 17 prefeitos. Na ocasião também informou que os gastos de sua campanha podem ficar muito abaixo dos R$ 30 milhões, previstos inicialmente. "Esperamos gastar no máximo R$ 10 milhões", declarou.

Se a nova previsão se confirmar, ele já contribuiu com 10% de sua campanha. "Temos que arrumar recursos, fazer a campanha...", emendou o candidato, lembrando que entrou na disputa bem depois que seus principais rivais, José Serra (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT).

Em Franca, o candidato do PMDB ao governo estadual participou de uma carreata, puxada por um modesto carro de som e seguida por alguns veículos com adesivos de um candidato a deputado estadual. Foram cerca de 15 minutos, do aeroporto até a sede do Consórcio de Municípios da Alta Mogiana. Dos 17 prefeitos que participaram do encontro, apenas 3 eram do PMDB. Outros 5 eram do PT e 5, do PSDB - partidos que são os principais rivais na disputa.

PEDÁGIO

Na região de São Carlos, onde percorreu seis cidades, Quércia disse que, se eleito, vai rever os contratos com as concessionárias que administram rodovias no Estado. Sua intenção é obrigá-las a aumentar os investimentos em novas estradas e em reformas, usando recursos provenientes dos pedágios.

Depois de passar por algumas das 80 praças de pedágio no Estado, ele comentou: "Eles tinham que estar investindo muito mais do que estão em novas rodovias e reformas. Vamos brigar por isso."

O peemedebista também prometeu controlar melhor o reajuste dos pedágios, mas descartou a possibilidade de redução de preços. "Não é fácil, mas vamos estabelecer um controle mais rígido dos reajustes e tarifas e fazer com que haja mais responsabilidade por parte dessas empresas."

Quércia lembrou que quando foi governador, entre 1987 e 1991, não criou nenhum pedágio. Mas admitiu ser inviável acabar agora com os que já foram instalados. Ele criticou particularmente a atuação do governo do PSDB na manutenção e conservação das estradas que não foram privatizadas.

Ele dedicou a maior parte da sua visita a encontros com vereadores e deputados do interior. Visitou câmaras municipais e prefeituras e também participou de uma carreata pelo centro de São Carlos.

Em conversas com políticos, Quércia disse que o desenvolvimento econômico do Estado poderia melhorar com mudanças na legislação. Falou que pretende aprovar uma lei que obrigue o governo a incluir empresas de pequeno porte entre seus fornecedores. "É assim nos Estados Unidos e funciona", disse.