Título: Tucano promete ajudar as cidades que têm presídios
Autor: Bruno Winckler
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/07/2006, Nacional, p. A10

O candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, prometeu ontem, em visita à região da Alta Paulista, que, se eleito, os municípios que abrigam presídios receberão uma contrapartida pelos prejuízos eventualmente trazidos pela presença dessas unidades prisionais. Naquela área existem 21 presídios estaduais.

"Isso é um problema para a população, mas os presídios precisam ficar em algum município. Então, o que o governo precisa é dar alguma contrapartida", afirmou Serra em discurso para lideranças locais na cidade de Dracena - a primeira a ser visitada. "Já em janeiro, se eleito, vou chamar os prefeitos dessas cidades para estudar caso a caso", explicou.

Serra, que começou sua agenda do dia com atraso de uma hora e meia, apesar de viajar em avião particular, explicou que a saúde será um dos temas desse pacote de políticas compensatórias. Diante de uma platéia de cerca de 200 pessoas, no Lions Clube de Dracena, Serra disse que há cidades pequenas "em que o que se gasta com saúde nos presídios é mais do que se gasta com saúde na prefeitura". Assim, a população precisa de "medidas compensatórias." As contrapartidas, informou, poderão ser dadas em diferentes áreas (saúde, educação, infra-estrutura), conforme as necessidades dos prefeitos.

De Dracena ele seguiu para Adamantina, onde fez uma caminhada relâmpago pelas ruas centrais e reuniu-se com lideranças na associação comercial. A terceira cidade da lista foi Tupã, onde cancelou um corpo-a-corpo nas ruas (estava atrasado) mas falou com simpatizantes num clube local.

Nas três cidades ele atacou a política econômica do governo federal, " que conspira contra o emprego e o desenvolvimento". Criticou a promessa não cumprida pelo Planalto de dar R$ 28 milhões para uma ponte sobre o rio Paraná: "O governo Lula é exemplo de uma gestão que governa para o marketing e não para o povo."

O tucano ironizou os adversários ao dizer que sua prioridade na campanha será a educação. Depois de defender a adoção de dois professores por sala de aula para o ensino fundamental, ele disse que em breve os rivais copiarão a proposta. "Daqui a pouco todos os candidatos vão copiar essa idéia. Mas eu não vou ficar chateado com a cola", brincou o candidato.