Título: Varig vai retomar parte dos vôos
Autor: Mônica Ciarelli e Alberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/07/2006, Economia & Negócios, p. B1

A Varig vai restabelecer alguns vôos nacionais e internacionais a partir deste fim de semana, após a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ter determinado que a companhia aérea tem de voltar a operar as linhas que suspendeu por uma semana. Por meio de comunicado, a empresa informou que "esta paralisação parcial é necessária até a retomada total do serviço de atendimento a seus passageiros".

No comunicado, a Varig informou que ontem, no mercado internacional, foram mantidos apenas os vôos para Frankfurt e Miami a partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Hoje a Varig deve retomar os vôos para Londres e Nova York. Para Miami e Nova York, a operação será realizada em dias alternados. Amanhã, serão acrescentados vôos para Caracas e Buenos Aires.

No mercado doméstico, a Varig vai fazer a partir de hoje vôos para Rio-Recife-Fernando de Noronha, São Paulo (Guarulhos)-Fortaleza e São Paulo-Manaus, em dias alternados. A ponte aérea Rio-São Paulo será mantida.

Antes de divulgar o comunicado, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, havia dito que a empresa só teria condições de atender parcialmente a determinação da Anac. Segundo o executivo, havia chances de apenas a operação doméstica voltar a ser realizada, mas poderia haver dificuldades na retomada dos vôos para o mercado internacional.

A Varig e sua nova controladora, a VarigLog, contou Bottini, estão em negociação com empresas arrendadoras de aeronaves. A ex-subsidiária também negocia o aluguel de mais aviões, já que até quinta-feira só havia 13 em operação. A VarigLog chegou a informar, na manhã de ontem, que havia acertado com a Anac um acordo para facilitar o atendimento a clientes da Varig afetados pela suspensão de vôos.

Anteontem, a companhia anunciou que até o dia 28 só irá operar os vôos da ponte aérea. A intenção da quase paralisação seria um levantamento do estado dos aviões (são necessárias apenas 4 para atender 36 vôos da ponte aérea, segundo especialistas) e a identificação das rotas mais rentáveis.

Após o leilão da Varig, na quinta-feira, o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, informou que a compradora tinha prazo de 30 dias após a homologação da compra para comprovar se tem condições de voltar a operar as rotas que estão paradas, e vem sendo atendidas por outras companhias aéreas, por meio de um plano de contingência montado pela própria agência.

DEMISSÕES Além das cerca de 8 mil demissões que deverão ser feitas para ajustar a operação da nova Varig, outros 3.340 cortes poderão ser realizados em empresas que prestam serviços à companhia aérea, elevando o número de dispensas em torno das atividades da Varig para 11.340. O cálculo é do Sindicato Nacional dos Aeroviários.