Título: No interior, ajuda federal ocorre desde agosto
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Fonte: O Estado de São Paulo, 22/07/2006, Metrópole, p. C1

Um trabalho de cooperação sigilosa entre serviços de inteligência de órgãos federais e estaduais é responsável pela identificação e prisão dos integrantes do Primeiro Comando da Capital na capital paulista e no interior do Estado.

A cooperação envolve representantes do Ministério Publico, das Polícias Civil e Militar, da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), da Agência Brasileira de Informações (Abin), da Polícia Federal e do Exército. Todos estão reunidos em um núcleo de inteligência, que está em funcionamento desde agosto de 2005 no oeste paulista.

Desde o início dos ataques de maio, o núcleo passou a funcionar como uma força-tarefa. Seus integrantes permanecem em comunicação constante entre si. O resultado das investigações embasa as ações da SAP, Polícias Civil e Militar e Ministério Público. Foi esse trabalho que possibilitou a prisão dos advogados Eduardo Diamante, Valéria Dammous e Libânia Catarina Costa, no mês de junho, e identificou os líderes e tesoureiros do PCC, presos anteontem pelo Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), na capital.

Também foi por meio dessas investigações do núcleo que a PF do Mato Grosso do Sul e a PM paulista puderam prender, em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, membros de uma quadrilha que atua como braço do PCC no Paraguai.

INTERATIVIDADE

Segundo o delegado seccional de Presidente Prudente, Marcos Mourão, o sigilo dos encontros e a interatividade entre os integrantes garantem o sucesso do grupo. ¿Se não fosse essa interação, algum ataque sangrento já teria ocorrido na região¿, avaliou.

Em 1º de julho, a polícia prendeu uma quadrilha com fuzis, metralhadoras e munição que seriam usados nos ataques a agentes penitenciários. Nas últimas semanas, cinco túneis e esquemas de rebeliões foram desativados pela SAP em presídios controlados pelo PCC.

A Coordenadoria dos Presídios do Oeste Paulista não forneceu detalhes, mas informou ao Estado que existem ¿procedimentos em andamento que não podem ser revelados para não intervir nos métodos de investigação¿.