Título: Mercadante pode ter parceira do PC do B
Autor: Mariana Caetano e Rodrigo Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/06/2006, Nacional, p. A16

O PT quer a ex-secretária municipal de Esportes Nádia Campeão (PC do B)como candidata a vice na chapa de Aloizio Mercadante para o governo paulista. O nome da ex-secretária da gestão Marta Suplicy é o preferido caso uma coligação com o PSB seja descartada definitivamente. Amanhã, o PC do B realiza a convenção para formalizar a aliança com o PT, que inclui um acordo para a disputa proporcional. Os comunistas devem indicar ainda os suplentes do candidato do PT ao Senado, Eduardo Suplicy.

O PC do B apresentou também o ex-prefeito de Diadema e ex-petista Gilson Menezes como opção para ocupar a vaga de vice, mas deve fechar com a preferida dos aliados. O PL desistiu da disputa pelo posto. Os petistas avaliam que, por ser mulher, Nádia pode agregar mais votos a Mercadante, além de representar um reforço para a atração de votos na capital. Os comunistas estão cientes, porém, de que terão de abrir mão do posto caso o PT consiga reverter a resistência do PSB local e formalizar um acordo.

Hoje, entretanto, a aliança depende fundamentalmente da negociação nacional. Até o momento, os socialistas mantêm a disposição de ficar de fora oficialmente da coligação em torno da reeleição de Lula. Em São Paulo, a legenda realiza sua convenção no dia 30, e caminha para lançar a candidatura própria de Sérgio Servolo.

Ontem, ainda sob o efeito da decisão do ex-governador Orestes Quércia (PMDB) de disputar o governo estadual, Mercadante cumpriu com empolgação extensa agenda pela região sul do Estado. Em Sorocaba, o pré-candidato petista participou logo pela manhã de um café com entidades sociais, falou com militantes na sede do PT local, visitou um sindicato e o arcebispo da região. Passou também por Itapetininga e Itapeva.

Mercadante voltou a dizer que o quadro político está ficando favorável a ele com o lançamento das novas candidaturas no Estado. "Vamos juntar no segundo turno toda essa oposição ao PSDB no palanque", previu. "O presidente Lula deve ser eleito no primeiro turno. E aí eu duvido que alguém no Estado vote em um governador que faça oposição ao governo federal", repetiu.

O candidato petista só alterou seu humor quando indagado sobre o mensalão. "Eu jamais fui citado em qualquer denúncia", defendeu-se, ainda calmo. "Em relação aos dirigentes do PT que foram mencionados, é grave. O fato de outros partidos estarem envolvidos não diminui nossa responsabilidade. O PT deve desculpas à sociedade e, mais do que desculpas, providências", disse, defendendo uma reforma eleitoral.

Quando questionado se os mensaleiros subiriam no palanque com ele durante a campanha e se isso o constrangia, irritou-se. "Eu já respondi isso, mas volto a responder. Quem vai julgar é o povo, vai analisar se os erros cometidos por cada um desses candidatos é maior ou não que a biografia", concluiu. Ele participa amanhã da convenção do PC do B.