Título: Quebra-quebra coloca PT e PSOL em saia-justa
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/06/2006, Nacional, p. A5

O PSOL da senadora Heloísa Helena (AL), pré-candidata à Presidência, e o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ficaram em situação difícil por causa dos atos de vandalismo praticados contra o Congresso por parte de integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST). O movimento é ligado aos dois partidos e também ao PSTU - que não tem representação parlamentar. O senador Sibá Machado (PT-AC), contudo, parece não ter se incomodado: mesmo depois do quebra-quebra, cumprimentou os sem-terra e até posou para fotografias com os invasores.

Imediatamente após o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) anunciar que havia mandado prender todos os responsáveis pela depredação da Casa, a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) se apressou a pedir que ninguém fosse preso e nenhum partido fosse responsabilizado. "Não é hora de responsabilizar ninguém", disse Luciana.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) procurou justificar o ato dos sem-terra. "De certo modo, repetiram aqui o que aquele advogado do PCC (Sérgio Wesley da Cunha) disse na CPI do Tráfico de Armas, que havia aprendido a malandragem aqui."

Ivan Valente (PSOL-SP) e o líder do partido, João Alfredo (CE), fizeram uma espécie de "cerco de proteção" em torno de Bruno Maranhão, principal líder dos atos de vandalismo.

Heloísa Helena reprovou a invasão da Câmara. Registrou que os manifestantes podem até ter reivindicações legítimas e importantes, mas erraram na forma de apresentá-las e no alvo escolhido para fazer as cobranças. "O endereço está errado. Quem define a política de reforma agrária está do outro lado da Praça dos Três Poderes, está no Palácio do Planalto. Se o governo Lula não faz a reforma agrária é porque imita o governo anterior e não tem coragem de fazê-lo. Pode ser que por outra motivação, inclusive política, eles resolveram não fazer a manifestação lá", afirmou Heloísa Helena.