Título: População em queda é o pior problema, diz presidente
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Fonte: O Estado de São Paulo, 11/05/2006, Internacional, p. A14

A derrocada da União Soviética (1991) e o conseqüente declínio do sistema de benefícios do Estado provocaram uma drástica redução na população russa. De 148 milhões de habitantes em 1991 o país passou a 142,7 milhões atualmente, ou seja, uma diminuição de 4% em 15 anos. Isso ocorreu por causa da queda da natalidade e redução da expectativa de vida, fatores relacionados à degradação do sistema de saúde, pobreza crescente, alta taxa de alcoolismo e criminalidade e imigração em alta. Apesar de a economia estar em pleno crescimento, esses fatores não se reverteram.

No discurso à nação o presidente da Rússia, Vladimir Putin, definiu o problema como "o mais agudo da Rússia contemporânea" e advertiu que o país não pode continuar com o atual decréscimo, estimado agora em menos 700 mil pessoas por ano. Ele prometeu medidas para combater a queda da natalidade e a baixa expectativa de vida (estimada em 66 anos, ou seja, 14 anos menos que a média na União Européia).

Putin anunciou que pretende instituir no orçamento para 2007 um programa especial para conceder um bônus mensal de 1.550 rublos (US$ 55,6) por mês para as famílias que tiverem o primeiro filho e dobrar esse valor na chegada do segundo bebê. "Temos que pelo menos estimular o nascimento de uma segunda criança", afirmou. Em média, as famílias russas têm um ou dois filhos.

Putin pediu que os deputados, na aprovação do orçamento, sejam generosos na concessão de subsídios para a educação e fez um chamado aos russos para que adotem crianças. Nos orfanatos do país há mais de 200 mil crianças e a adoção é feita principalmente por americanos e europeus.