Título: Rio terá unidade para processar gás importado
Autor: Teresa Navarro
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/05/2006, Economia & Negócios, p. B3

O projeto de importação de gás natural liquefeito (GNL) em estudo pela Petrobrás deve incluir uma unidade de regaseificação no Rio de Janeiro. O secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, informou ontem que o governo já ofereceu a concessão rápida de licenciamento ambiental para a instalação da unidade, que deve ter capacidade para injetar 14 milhões de metros cúbicos/dia - metade das importações da Bolívia.

A Petrobrás estuda a instalação de duas unidades de regaseificação. Esse tipo de complexo é responsável pelo retorno do GNL ao estado gasoso. No início da semana, o diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, disse ao Estado que a empresa já iniciou negociações com fornecedores de GNL e espera começar a importar em até 30 meses. A decisão visa a diversificar as fontes de suprimento de gás, reduzindo a dependência das importações da Bolívia.

Segundo estudos preliminares, há espaço para a implantação de plantas de GNL no Sudeste e Nordeste. Uma opção avaliada pela estatal é a compra de um navio regaseificador, que seria mais rápido que a construção de uma unidade industrial nova.

O navio pode ser ancorado perto do Terminal da Ilha d'Água, disse Victer. "São águas abrigadas que já têm alguma infra-estrutura." De lá, o gás seguiria por dutos até a Refinaria de Duque de Caxias, onde pode ser injetado na malha nacional de gasodutos.

GASENE

O diretor de Serviços da Petrobrás, Renato Duque, disse ontem que a empresa deve receber até o fim do mês as propostas para a construção do maior trecho do Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), que liga Cacimbas (ES) a Catu (BA). O Gasene foi projetado para garantir o transporte de gás boliviano ao Nordeste, mas agora pode servir para trazer a produção de campos no Espírito Santo e no sul da Bahia para o Sudeste.