Título: CSN compra controle da portuguesa Lusosider
Autor: Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/05/2006, Economia & Negócios, p. B19

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou a compra do controle integral da portuguesa Lusosider Projectos Siderúrgicos. Ela pagou 25 milhões ao grupo britânico Corus, com quem dividia em participações iguais o comando da companhia. A Lusosider, que atua no setor de aços planos, produz laminados a quente decapados, laminados a frio, galvanizados por imersão e folhas metálicas.

Em comunicado, a CSN afirmou que a aquisição "reforça o compromisso com sua estratégia de internacionalização, expandindo suas operações no exterior por meio da aquisição de linhas de acabamento próximas aos grandes mercados consumidores de aço".

Localizada em Seixal, perto de Lisboa, a Lusosider produziu, em 2005, 203 mil toneladas de aço galvanizado, 28 mil toneladas de laminados a quente decapados e a frio e 71 mil toneladas de folhas metálicas; empregando 249 pessoas. O fechamento da operação está sujeito à análise e aprovação da Autoridade de Concorrência Portuguesa, processo com duração de aproximadamente 45 dias.

Ontem, o diretor de Mineração da CSN, Juarez Saliba, admitiu que o reajuste do preço do minério de ferro, em negociação entre mineradoras e siderúrgicas, pode ficar acima de 20%. Segundo o executivo, a postergação das negociações, por conta da resistência das empresas chinesas, contribui positivamente para os fornecedores: "A demanda tem se mostrado cada vez mais forte, o que contribui para a negociação de um reajuste mais elevado".

Ele disse ainda que as conversas podem avançar até o final de maio, o que colocaria as negociações como uma das mais longas da história. Saliba afirmou que a divulgação, pela Vale do Rio Doce, de que proporia um reajuste de 24%, foi um erro. "Se não se tivesse colocado esse patamar, acredito que o reajuste poderia ficar acima disso". Ele acrescentou que a CSN deve começar a negociar o minério de ferro produzido em Casa de Pedra (MG) a partir do segundo semestre de 2006. "Não estamos negociando ainda porque queremos esperar o fim das obras em Sepetiba, que permitirão o embarque de minério, previsto para início de 2007."