Título: PT busca balanço entre colar em Lula e tratar temas de SP
Autor: Bruno Winckler
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/06/2006, Nacional, p. A9

O PT de São Paulo realiza hoje convenção para homologar a candidatura do senador Aloizio Mercadante ao governo do Estado. No evento, o partido pretende traçar um plano que balanceie a campanha de Mercadante entre discursos que casem com os de Lula e outros que se concentrem nos problemas do Estado, apontando como lidar com eles.

Além de oficializar o nome de Mercadante para o governo estadual, o partido definirá o senador Eduardo Suplicy como candidato ao Senado e as chapas de deputados federais e estaduais.

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini, não acha que assuntos nacionais possam dominar os temas da campanha de Mercadante. Para ele, a tendência é que assuntos regionais prevaleçam. Contudo, Berzoini acredita ser importante que o discurso de Mercadante esteja afinado com o de Lula.

Paulo Frateschi, presidente estadual do partido, concorda com Berzoini, mas enfatiza que é impossível um candidato ao governo não se embasar na campanha federal. "Quinta-feira, Geraldo Alckmin e José Serra (candidatos tucanos a presidente e governador) foram a Catanduva e andaram de mãos dadas para falar mal do Lula. Esse será o tom de toda a campanha."

Como Berzoini, Frateschi entende que mesmo com a campanha regional influenciada pela federal, Mercadante terá de se concentrar nos assuntos do Estado. "Para ganhar, temos de lançar novas propostas para São Paulo", disse, lembrando que na convenção de hoje será apresentado um diagnóstico, feito pelo PT, sobre o atraso do Estado nos últimos 12 anos em que teve governo do PSDB.

ALIANÇAS

Sobre alianças, Frateschi afirmou que são boas as relações do partido com o ex-governador Orestes Quércia, presidente do PMDB no Estado. Na quinta-feira, Mercadante contou que Quércia, em conversa com ele, garantiu que o PMDB não vai apoiar o PSDB, tratando essa aliança como uma possibilidade já descartada.

O senador acenou ainda para o fato de que na maioria dos Estados o PT e o PMDB têm mais afinidade. "Em 16 a 21 Estados, a tendência é a união entre os dois partidos" avaliou Mercadante. "Como parceiros, em São Paulo, temos o PC do B e o PL. Com eles, as conversas estão bem adiantadas", disse.