Título: Aliança com PSDB só daqui a 4 anos, afirma Quércia
Autor: Ana Paula Scinocca e Thiago Velloso
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/06/2006, Nacional, p. A13

O PMDB oficializou ontem a candidatura de Orestes Quércia ao governo de São Paulo, enterrando a possibilidade de uma aliança para o Palácio dos Bandeirantes com o PSDB de José Serra. Antes mesmo da aprovação de seu nome, em convenção que registrou 541 votos - 516 favoráveis, 19 contrários e 6 em branco -, Quércia, que já governou São Paulo (1987 a 1991), deixou claro que uma coligação com os tucanos somente será possível nas eleições de 2010. "Aliança com o PSDB, só daqui quatro anos."

Apesar da aprovação da candidatura do ex-governador, o PMDB deixou em aberto a escolha do vice e do postulante ao Senado. A definição caberá à Executiva do partido, que tem prazo até sexta-feira para sacramentar os nomes. A aprovação de coligação com outros partidos também foi delegada à Executiva peemedebista. Ontem mesmo, porém, integrantes da legenda já anunciavam acordo com o PP. O ex-prefeito de Santos Beto Mansur deverá integrar a chapa ocupando ou o posto de vice de Quércia ou disputando o Senado.

A única possibilidade de o PMDB recuar e desistir da candidatura própria em São Paulo é a renúncia de Quércia. Questionado se o faria ante a um último apelo dos tucanos, o ex-governador foi categórico: "Nunca." O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, também descartou a possibilidade de o partido voltar atrás. "O que acontecer aqui é imodificável. O que a convenção decidir estará decidido." E ressaltou que a renúncia de Quércia é "hipótese remotíssima".

O PMDB começou a mobilização para montar a aliança estadual anteontem à noite. O primeiro alvo foi o PC do B, do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (SP). A ele, foi oferecida a vaga de candidato ao Senado. O próprio Quércia, porém, já admitiu que os comunistas têm como parceiro preferencial o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quércia não quis mostrar tendência de apoio aos principais candidatos a presidente - Geraldo Alckmin, pelo PSDB, e Lula. Disse que o palanque do partido no Estado ficará em aberto. "Desde que votem no Quércia, podem votar em quem quiser para presidente."