Título: Campeã aplica à EJA mesmas exigências do ensino regular
Autor: Renata Cafardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/06/2006, Vida&, p. A18

Oferecer padrão de educação que não fique nada a dever ao ensino regular é a receita do Colégio Especial de Natal (Cena) para suas 12 turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O foco da instituição - 1º lugar no ranking das melhores escolas de EJA no Brasil, com nota 59,14 - é o aluno que ficou desnivelado, fora de faixa ou foi reprovado em alguma disciplina.

Neste ano, cerca de 20 estudantes do colégio tentarão vaga no ensino superior, inclusive para o curso de Medicina da Universidade Potiguar, a maior instituição privada de nível superior da capital. Há casos de aprovados no concorrido vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

"Não descriminamos o aluno do EJA e mantemos o nível de exigência curricular e disciplinar dos alunos do ensino médio", diz Antônio Teófilo Andrade Filho, diretor do colégio. O Cena, criado em 1999, faz parte de outra instituição maior, que tem 3.500 alunos.

Deste contingente, 10% integra a EJA. A maioria é formada por jovens de classe média. A carga horária semanal é de 20 horas/aula. As turmas têm 15 a 20 estudantes. "Os professores cobram a atenção do aluno ao conteúdo ensinado nas aulas e ninguém falta", frisa Irani Xavier de Andrade, diretor da instituição. A mensalidade custa R$ 130 em média. O valor equivale a 60% do custo mensal da série tradicional.

Os professores são os mesmos que atuam no colégio regular. A direção da escola cobra do corpo docente total atenção às demandas dos alunos de EJA. Os alunos participam periodicamente de oficinas e seminários e são avaliados constantemente. "Eles têm pressa, querem fazer o vestibular o quanto antes", completa Irani.