Título: 'Política externa é ideológica'
Autor: João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/07/2006, Nacional, p. A7

O candidato Geraldo Alckmin disse ontem que se eleito vai mudar a política externa brasileira. "Hoje nossa política externa não atende aos interesses do Brasil, mas a uma questão ideológica. A política externa é carregada de ideologia", afirmou o tucano, em visita a São Luís.

Alckmin referia-se à decisão do governo brasileiro de privilegiar parceiros como Argentina, Bolívia e Venezuela com empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). E a não reagir, por exemplo, à expropriação de equipamentos da Petrobrás pelo presidente da Bolívia, Evo Morales.

Na capital maranhense, Alckmin deu palestra na Associação Comercial e fez uma caminhada pela Rua Grande, no centro, onde abraçou e recebeu abraços de eleitores. O tucano estava acompanhado por uma centena de pessoas que aguardavam a sua saída da Associação Comercial. Ao passar diante de uma igreja, Alckmin encaminhou-se para lá, mas desistiu de subir as escadarias. Apenas acenou para um grupo de cinco pessoas que deixavam a igreja e não acenaram de volta, pois não entenderam o que estava acontecendo.

NORDESTE

A proposta de Alckmin para o setor externo inclui melhoria da infra-estrutura relacionada às exportações e esforço para agregar valor a produtos primários como soja e ferro. "Em vez de vender a soja em grãos, vamos vendê-la beneficiada; em vez de vender o ferro puro, vamos vendê-lo já transformado. Para isso, precisamos de novas siderúrgicas", disse.

Alckmin vai apresentar, em 4 de agosto, no Recife, seu plano para o Nordeste. Ele afirmou estar preocupado com a região porque ela tem crescido menos do que as outras. No fundo, a preocupação do candidato com o Nordeste obedece a uma estratégia traçada por seu conselho político. Como é pouco conhecido na região e lá está muito atrás do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de opinião, precisa apresentar urgentemente um plano para o Nordeste.

A idéia é fazer obras de infra-estrutura, utilizar de forma racional o Fundo Constitucional do Nordeste (FCN) e criar seguro-safra para a região, de forma a gerar mais emprego e renda.