Título: 'Não há como fraudar medidores na Bolívia'
Autor: Agnaldo Brito
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/07/2006, Economia & Negócios, p. B8

O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, classificou de "absurda" a acusação de auditores bolivianos de que a empresa fraudou medidores de gás nos campos de Margarita, controlado pela Repsol-YPF, e San Alberto, controlado pela estatal brasileira.

Segundo ele, não há como fraudar o controle de vazão porque a mesa de operação responsável pela medição e acompanhamento do bombeamento do combustível tem controles automáticos, além de receber visitas de técnicos da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Outro controle é feito pela confrontação dos volumes produzidos com os repassados às demais empresas da cadeia.

Já o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse que "não acredita" que a Petrobrás tenha fraudado a medição do gás que produz na Bolívia. "Não acredito nisso. A Petrobrás segue com todo o rigor todos os critérios de medição. O gás que sai de lá é o que é vendido. A Petrobrás tem de medir para vender".

Sobre declarações do ministro do Planejamento da Bolívia, Carlos Villegas, de que o governo boliviano evitaria pressionar o Brasil nas negociações sobre o preço do gás natural para não prejudicar a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, Rondeau disse que, assim como o governo brasileiro torceu para que as eleições bolivianas acontecessem "da melhor forma possível", o mesmo se espera agora dos bolivianos.