Título: Até as pequenas voam cheias
Autor: Alberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/07/2006, Economia & Negócios, p. B16

Se nos últimos doze meses apenas a Gol e a TAM se beneficiaram da crise da Varig, agora chegou a vez das pequenas como OceanAir, Webjet e BRA. As três conseguiram aumentar consideravelmente a ocupação de seus aviões nos vôos regulares, enquanto Gol e TAM, que aguardam a chegada de novos aviões, já estão voando no limite da capacidade.

Depois de uma entrada tímida no mercado de aviação nacional, a OceanAir está aumentando substantivamente sua oferta. A empresa já está com nove aviões Fokker 100 em operação. O décimo será incorporado quando terminar o treinamento da tripulação. Até o fim do ano, a empresa prevê chegar a uma frota de 16 F-100.

Com esse aumento de oferta, a empresa concorre com a BRA e a Varig pelo terceiro lugar no mercado doméstico em julho. "Na média, a oferta individual deve ficar em torno de 35 mil a 37 mil assentos/quilômetro por semana", afirma o consultor Paulo Bittencourt Sampaio.

Diante das constantes mudanças na malha da Varig e da OceanAir, Sampaio acredita que é muito difícil prever a participação de mercado das menores. "Mas todas - BRA, OceanAir e até mesmo a Webjet, que tem um avião - vão crescer."

Sem a previsão de aumentos de frota, BRA e Webjet crescem apenas com o aumento da ocupação e da utilização dos aviões. Já a OceanAir deve exibir o maior crescimento. "Vamos ter bem mais de 2% de participação", prevê o presidente da OceanAir, Carlos Ebner. Em junho, a empresa registrou 0,9%.

Com os novos aviões, a empresa pretende oferecer mais opções de horários nas rotas já existentes, além de ampliar o número de destinos de 25 para 30. A empresa também negocia o aluguel de 2 Boeings 757 e 1 767 para iniciar operações internacionais. "Já temos a concessão para Lima e devemos receber autorização para voar para Los Angeles", diz Ebner. A empresa também pleiteia Caracas e Bogotá, rotas que dependem da desistência da Varig e que estão sendo pleiteadas também pelas concorrentes.

Apesar de a OceanAir ter praticamente quintuplicado sua oferta de assentos desde dezembro, isso representa pouco diante do tamanho da Gol e da TAM - que detêm 35% e 47% do mercado respectivamente. A oferta extra que as duas colocarão no mercado no segundo semestre equivale a pelo menos três vezes a oferta atual da OceanAir. Só a Gol receberá onze novos Boeings 737-800 (de 187 lugares), enquanto a capacidade dos F-100 é de 100 lugares.