Título: Alckmin quer novo debate sobre regime de governo
Autor: Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/06/2006, Nacional, p. A5

O candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, prometeu ontem reabrir o debate sobre o parlamentarismo, caso seja eleito. "Se tivéssemos parlamentarismo, esse Congresso já teria acabado, já se tinha convocado eleição geral", afirmou ele. O candidato frisou, no entanto, que essa discussão só ocorreria depois da reforma política que ele pretende propor com prioridade.

Alckmin fez a declaração ao lado do ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e do deputado Roberto Freire (PPS-PE), com quem assistiu ao jogo da seleção brasileira. Freire fez coro: "O Congresso está completamente desmoralizado. Em um regime parlamentarista, ele já teria sido dissolvido sem nenhuma crise institucional."

Ontem, mais uma vez, o tucano fez críticas ao governo Lula. Disse, por exemplo, que é "um governo atrasado", por dar aumentos que os servidores merecem, mas só fazê-lo às vésperas da eleição, atrás de votos. Foi mais um sinal de que Alckmin não vai acompanhar o PFL no tom agressivo - tom que marcou os discursos da convenção pefelista, por exemplo.

"Nossa campanha será propositiva, falando do futuro, e também faremos o contraditório, para mostrar as coisas erradas (do governo). Mas não de forma ofensiva", destacou Alckmin ontem, antes de embarcar para o Recife. Lembrado de que, na véspera, seu vice se referira a Lula como "nordestino desnaturado" e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) o classificara de "doutor em roubalheira", Alckmin argumentou que, quando a campanha começar "para valer", será uma campanha só. "Não teremos duas (campanhas)", insistiu, ao destacar que PFL e PSDB têm discursos distintos porque, por enquanto, cada um fala por si nos programas do horário partidário, exibidos no rádio e na TV. No horário eleitoral, haverá um só discurso, disse.