Título: Divisão Raio castiga libaneses
Autor: Reali Junior
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/07/2006, Internacional, p. A10
A tempestade de granadas de artilharia de 155 mm que Israel lança há uma semana contra o Libano, parte dos canhões móveis da força expedicionária desmembrada da Divisão Barak - o Raio, em hebraico. Famosa há 40 anos por atuações espetaculares nas guerras de 1967, 1973 e 1982, a Barak está na região do conflito com 50 tanques Merkava-2, gigantes de 60 toneladas equipados com canhões de 122 mm, feitos para disparar munição supersônica de cinco tipos - todos com grande poder de destruição. Não é só. A cobertura aérea, que usa mísseis e bombas pesando até 900 quilos, guiadas por laser, corre por conta de 30 caças F-16, protegidos por outros jatos, interceptadores F-15. No mar, três fragatas lança-mísseis e lanchas disparadoras de foguetes de 70 mm completam o quadro. Ainda assim não é um passeio, e o caminho é cheio de riscos. O maior deles é que a Síria acabe envolvida. Na luta do Vale do Bekaa, há 24 anos, a artilharia antiaérea bem postada com auxílio de consultores russos foi um obstáculo para a aviação israelense. Pior que isso é o Comando Aeroestratégico de Damasco, armado com mísseis pesados, de alcances entre 450 km e 650 km. Israel acredita também que o Hezbollah tenha recebido clandestinamente armas modernas, como mísseis, fornecidas por seu protetor, o Irã.