Título: Preço inibirá consumo em 2007, prevê Opep
Autor: João Caminoto
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/07/2006, Economia & Negócios, p. B8

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê que os elevados preços do petróleo, o desaquecimento na atividade econômica e o aumento de sua capacidade de produção deverão conter o consumo do produto em 2007.

Em seu relatório mensal, a Opep observa que essa tendência poderá aliviar os preços do petróleo, mas isso depende de outros fatores, principalmente os geopolíticos, como o atual conflito no Oriente Médio.

"Se o mercado vai se beneficiar dessas tendências, dependerá do desenvolvimento na área de produção e de outros temas não fundamentais, particularmente as tensões geopolíticas, fator relevante nos atuais preços recordes", disse a Opep.

Segundo o cartel, a economia mundial vai crescer 4,2% em 2007, ante 4,7% previstos para este ano. "Essa desaceleração deverá começar no segundo semestre, com as taxas de juros mais elevadas nos principais países, tendo impacto sobre os gastos dos consumidores e os investimentos."

Segundo o estudo, o consumo mundial de petróleo em 2007 deverá ter crescimento moderado, de 1,3 milhão de barris diários, ante 1,4 milhões de barris previstos para este ano. Na média, o consumo diário de petróleo em 2007 deverá ser de 85,9 milhões de barris.

As duas regiões com o maior crescimento no consumo serão a China e o Oriente Médio. A Opep observou que, na China, o motor da demanda será a continuidade da forte atividade econômica.

A remoção de subsídios aos preços de derivados em alguns países asiáticos, iniciada este ano, deverá afetar o consumo. "Nos EUA, os preços mais altos dos derivados deverão moderar o crescimento do consumo, embora isso venha a ser compensado pelo esperado retorno de temperaturas normais após o inverno quente de 2005."

O estudo calcula que a produção dos países fora da Opep vai crescer 1,7 milhão de barris diários em 2007, o dobro do verificado entre 2000 e 2006. Com isso, a necessidade do petróleo fornecido pelo cartel deverá atingir em 2007 uma média de 28,1 milhões de barris diários, cerca de 600 mil barris a menos que a média prevista para este ano.