Título: Aposentado terá juros de 2,86%
Autor: Vânia Cristino
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/07/2006, Economia & Negócios, p. B8

O governo decidiu cortar de 2,90% para 2,86% ao mês a taxa de juros máxima sobre os empréstimos com desconto em folha para os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com isso, as linhas de financiamento que vêm animando o comércio nos últimos meses ficarão mais baratas.

A decisão, tomada ontem no Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) vale para os novos financiamentos que forem contratados após a publicação da resolução no Diário Oficial, o que deve ocorrer ainda nesta semana.

Segundo o ministro da Previdência Social, Nelson Machado, a medida é coerente com a decisão do Banco Central de baixar a taxa de juros básica da economia. "O custo de captação dos bancos foi alterado e o CNPS achou adequado que a taxa caísse no mesmo patamar para os clientes", disse Machado.

Há dois meses, o CNPS fixou a taxa máxima em 2,90% ao mês. Na época, temia-se que essa medida tivesse como conseqüência a redução da oferta de crédito e a diminuição do prazo dos empréstimos. Não foi o que ocorreu, segundo afirmou ontem o ministro da Previdência. Ele apresentou para o Conselho uma análise do comportamento do empréstimo consignado nos últimos dois meses.

"A sensação que temos é que o estabelecimento do teto não alterou, significativamente, o mercado", avaliou Machado.

Antes de a taxa ser fixada em 2,90%, os bancos cobravam o que queriam dos aposentados. Agora, na primeira reavaliação do impacto da taxa, o Conselho optou por uma primeira redução, para 2,86% ao mês.

Nova avaliação vai ser feita dentro de 60 dias. Por lei, aposentados e pensionistas podem comprometer com o pagamento mensal do empréstimo consignado até 30% do seu rendimento. O número máximo de parcelas está limitado a 36 meses.

A redução do custo dos empréstimos e o aumento do volume oferecido pelo sistema financeiro são preocupações que estão na ordem do dia da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesses meses que antecedem as eleições. Anteontem à noite, Machado conversou com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e eles concluíram ser "elevada" a chance de o CNPS cortar a taxa máxima cobrada dos aposentados - como, de fato, acabou acontecendo.