Título: Alteração divide motoristas
Autor: Mariângela Gallucci
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/07/2006, Metrópole, p. C1

As novas regras de punição por excesso de velocidade dividiu os motoristas. Enquanto alguns concordam com a justificativa do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) de que as penas agora são mais justas, outros acreditam que a segurança no trânsito depende mais da consciência dos condutores do que da aplicação de multas mais ou menos rigorosas.

"Assim fica mais justo", disse o engenheiro Wilson Wong, de São Paulo, que passa parte do dia no trânsito. "Os carros hoje são potentes e seguros e não é difícil um motorista passar um pouco o limite sem cometer imprudência." O critério anterior, para ele, reforçava a sensação de que os radares estavam a serviço de uma "indústria de multas".

O estudante Felipe Eduardo de Melo Garcia, de Sorocaba, contou ter sido multado uma vez por distração ao passar pelo radar. "Quando vi, estava um pouquinho acima do limite da rua, que era de 40 por hora."

A dona de casa Silvia Tafarella, de 55 anos, acredita que é mais importante educar os condutores e não alterar a punição dada aos infratores. "Se os motoristas não respeitam do jeito que está, imagine se afrouxarem a lei. Sou da opinião de que todos já estão correndo demais", considera ela. "Está bom assim."

Silvia lembra que, para alguns motoristas, a medida pode até ser positiva, já que as multas vão ficar mais baratas. "Pagar uma multa de mais de R$ 500 intimida mais que pagar uma de cerca de R$ 100."

O contador Fabio Ribeiro, de 38 anos, reagiu com insatisfação à notícia: "Está bom desse jeito", afirmou ele. "Tem de multar, e não aumentar essa margem. Velocidade é coisa séria."