Título: Proer evitou crise do sistema
Autor: Leandro Modé
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/07/2006, Economia & Negócios, p. B3

Um dos assuntos mais polêmicos do governo Fernando Henrique Cardoso foi o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, o Proer. Criado em 1995, teve como objetivo garantir a estabilidade do sistema bancário, que, então, passava por problemas de liquidez decorrentes do fim da inflação galopante.

A economia brasileira, que durante anos havia convivido com altíssimos índices de preços, enfim se estabilizara. Muitos bancos não conseguiram adaptar-se a essa realidade. Antes, ganhavam dinheiro no overnight, aplicando em títulos públicos de curtíssimo prazo. Depois, tinham de buscar lucro com suas próprias operações, ou seja, captando e emprestando dinheiro. Isso implicava, entre outras coisas, mais eficiência.

Na prática, o Proer resultou na incorporação de bancos problemáticos por outros saudáveis, o que se deu por meio de fusões ou aquisições. Foram exemplos disso as transações entre HSBC e Bamerindus e Excel e Econômico. Os cálculos de quanto foi gasto no Proer variam conforme a fonte. Quem participava do governo naquela época tende a minimizá-los. Argumentam que, no Brasil, se gastou muito menos do que em outros países que tiveram de adotar programa semelhante. Quem fazia parte da oposição, ao contrário, tende a maximizar esse custo.