Título: Para ACM, presidente tem a maldade de 'Bia Falcão'
Autor: Denise Chrispim Marin e Isabel Sobral
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/07/2006, Economia & Negócios, p. B9

O veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao reajuste de 16,67% a aposentados e pensionistas caiu como uma bomba no Congresso. Os oposicionistas consideraram o veto uma injustiça e afirmaram que vão insistir no aumento. A crítica mais irônica foi feita pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que subiu à tribuna e comparou o presidente Lula à vilã da novela Belíssima da TV Globo, Bia Falcão, que era interpretada por Fernanda Montenegro. A novela terminou na semana passada.

"Lula não é igual a Fernanda Montenegro, que é uma grande atriz. Ele é um mambembe travestido de presidente da República. Lula é igual a Bia Falcão porque a maldade é a mesma. Tanto é assim, que o presidente vetou o reajuste dos aposentados. A Bia Falcão que está instalada na presidência da República não permite o reajuste", afirmou ACM.

O senador Paulo Paim (PT-RS), que sempre teve como bandeira a defesa de um salário mínimo maior e tem entre seu fiel eleitorado os aposentados e pensionistas, foi outro que criticou o veto do presidente Lula ao reajuste. No plenário do Senado, o petista defendeu a derrubada do veto presidencial. O aumento estava previsto em medida provisória aprovada na semana passada pelo Congresso. Em discurso, Paim fez um apelo para que os parlamentares aprovem proposta com o aumento de 16,67%. Paim argumentou que os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) "começaram a amargar prejuízos no governo passado, com a criação do fator previdenciário para cálculo dos benefícios".

As críticas mais ácidas vieram de partidos de oposição. "Os aposentados não têm um Paulo Okamotto para pagar suas contas, não", disse o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), em discurso no plenário do Senado. Okamotto, que é presidente do Sebrae, foi tesoureiro de campanhas de Lula e admitiu ter pago uma dívida de R$ 30 mil de Lula.