Título: Superávit do agronegócio é recorde
Autor: Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/07/2006, Economia & Negócios, p. B6

O real forte não impediu o superávit da balança comercial e as exportações do agronegócio de baterem recordes no primeiro semestre. Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura, as exportações agrícolas renderam US$ 21,358 bilhões de janeiro a junho, 5,7% acima do resultado de igual período de 2005.

A importação de produtos agrícolas cresceu 20,2% no semestre, somando US$ 2,984 bilhões. O saldo foi de US$ 18,375 bilhões, ante US$ 17,719 bilhões em igual período de 2005. O destaque foi o faturamento com embarques de açúcar e álcool. A receita cresceu 21,8% no primeiro semestre, comparado a igual período do ano passado, de US$ 2 bilhões para US$ 2,5 bilhões. As exportações de papel e celulose cresceram 17,7%, de US$ 1,6 bilhão para US$ 1,9 bilhão.

Couros, peles e calçados renderam US$ 1,65 bilhão, 11,6% mais que o US$ 1,48 bilhão do primeiro semestre de 2005. Em valor, as vendas externas de sucos de frutas cresceram 17,7%; de fumo e tabaco, 11,1%; e de algodão e fibras têxteis, 9,2%.

Os embarques do complexo soja (grão, óleo e farelo) caíram 37,1%, reflexo do final da safra. O ministério ressaltou o crescimento de 12,5% nos embarques para o Oriente Médio.

Segundo técnicos do ministério, a alta dos principais produtos agrícolas foi fundamental para o agronegócio, principalmente em junho. O faturamento atingiu US$ 4,223 bilhões, praticamente igual aos US$ 4,296 bilhões de junho de 2005.

Em junho, os gastos com importações cresceram 11,9%, para US$ 483 milhões. O saldo comercial foi de US$ 3,740 bilhões em junho. O valor das exportações representa recorde da série histórica para o mês.

Na avaliação mensal, eles novamente destacaram o faturamento com as exportações de açúcar e álcool, que cresceram 57,9%, de US$ 454,38 milhões em junho de 2005 para US$ 717,257 milhões no mês passado. Segundo o Ministério da Agricultura, os preços do açúcar bruto subiram 70,4% e do refinado subiram 83,5% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A quantidade exportada caiu 1,8%. No caso do álcool, o preço médio subiu 65,8%, o que compensou a queda de 38,9% na quantidade exportada.

Na direção contrária, o faturamento com a exportação de carnes recuou 8,9% em junho, para US$ 679 milhões, ante US$ 745 milhões em junho de 2005. No caso da carne bovina in natura, houve crescimento de 8,8% no valor exportado, resultado do aumento de 16,4%. A quantidade exportada, porém, caiu 6,5%, por causa do embargo de 58 países provocado pela febre aftosa.