Título: Mercadante diz que Serra usou São Paulo
Autor: Bruno Winckler e Rodrigo Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/06/2006, Nacional, p. A7

O candidato ao governo do Estado pelo PT, senador Aloizio Mercadante (PT), disse ontem que as críticas feitas por José Serra na convenção do PSDB no domingo "mostram a preocupação crescente" dos tucanos com relação à candidatura petista. Mercadante reagiu ao discurso proferido por Serra na convenção, quando o atacou. "Um governador de São Paulo não pode querer pegar carona, nem andar na garupa de ninguém. Não é, nem pode ser, nem aprendiz nem pau-mandado", disse Serra na ocasião.

"Carona quem pegou foi ele na eleição da Prefeitura. Pegou uma carona e usou a cidade como trampolim para os seus projetos pessoais. Prometeu que não ia renunciar, assinou uma carta, registrou no cartório e não cumpriu a palavra nem a assinatura", contra-atacou Mercadante. "Pau-mandado e aprendiz é o prefeito (Gilberto Kassab, do PFL) que ele deixou na capital e que nunca seria eleito. Nunca seria eleito prefeito de São Paulo", continuou.

O candidato petista afirmou ainda que esteve ao lado do "presidente Lula nos últimos 30 anos" e por isso não vê problema algum em ligar seu nome ao dele. "Diferentemente do Serra, que quer desassociar a imagem dele dos oito anos de governo do Fernando Henrique Cardoso. E que quer fazer a campanha dele totalmente desvinculada da do Alckmin", criticou.

Mercadante lembrou que foi coordenador da campanha de Lula para o governo de São Paulo em 1982, compôs a chapa presidencial como vice em 1994 e foi líder do governo no Senado na atual gestão. "Tenho muito orgulho disso", concluiu.

RESPOSTA

O deputado federal Alberto Goldman, possível nome para ser vice de Serra na chapa do PSDB, disse que a estratégia de Mercadante nas eleições deste ano será a mesma que adotou há quatro anos quando foi eleito senador: pegar carona em Lula. "Ele se pendurou em Lula naquela ocasião e conseguiu se eleger por causa disso. Foi um fato passageiro", disse Goldman.

O deputado tucano afirma que, mesmo depois de quatro anos na liderança do governo no Senado, Mercadante não conseguiu atingir uma popularidade que lhe garanta bons percentuais nas pesquisas de intenção de voto. "Ele acha que tem mais (popularidade) do que tem de fato. Na verdade, ele fala muito, mas diz muito pouco", rebateu o parlamentar.