Título: Brasil assina novo acordo de carros com Argentina
Autor: Cleide Silva
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/06/2006, Economia & Negócios, p. B9
O Brasil e a Argentina assinaram ontem o acordo que vai regular o comércio do setor automotivo entre os dois países nos próximos dois anos. Mais uma vez, a Argentina conseguiu vencer a queda-de-braço na mesa das negociações, e pela terceira vez em cinco anos conseguiu impedir o livre comércio automotivo, adiado por tempo indeterminado. O acordo foi assinado em Buenos Aires pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e pela ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli.
O pacto foi fechado apenas uma semana antes de expirar o acordo provisório realizado no fim de março deste ano. Seu novo prazo é 30 de junho de 2008. Até lá, os dois governos deverão definir as regras que substituirão esse acordo, com a intenção de que sejam mais duradouras e dêem mais segurança aos investidores.
Furlan aproveitou para pedir ao governo Kirchner o fim das barreiras impostas desde meados de 2004 aos eletrodomésticos brasileiros, naquilo que ficou conhecido como "guerra das geladeiras".
Graças ao acordo automotivo, a Argentina poderá vender mais automóveis no Brasil, e de quebra garantirá mais proteção a suas indústrias de autopeças. O presidente Néstor Kirchner comemorou o pacto, que levou vários meses de duras discussões: "O encontro da Argentina com o Brasil é muito importante. Acreditamos firmemente que devemos deixar aquela luta surda pela liderança (regional) que acontecia em tempos passados, para passar a construir uma fortaleza conjunta de rumos na região, nesta tarefa que estamos fazendo".
Segundo Kirchner, o acordo "permitirá consolidar a indústria automotiva do Brasil e da Argentina, mas especialmente a da Argentina".