Título: Operação surpreendeu cúpula da Polícia Civil
Autor: Laura Diniz
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/06/2006, Metrópole, p. C1

A Polícia Civil de São Paulo foi pega de surpresa pela Operação 14 Bis. A Corregedoria da instituição foi informada ontem da prisão dos delegados André Di Rissio e Wilson Roberto Ordones. Nem mesmo sabia do que eles eram acusados na investigação feita pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF).

"Precisamos do material (da investigação)", disse o delegado-geral Marco Antônio Desgualdo. O objetivo é a abertura de processos administrativos para apurar a conduta dos dois delegados. Ordones e Rissio podem sofrer desde uma advertência até serem demitidos "a bem do serviço público", dependendo do que ficar constatado contra os dois. "Eles serão ouvidos pela Corregedoria", afirmou o delegado-geral. Essa não é a primeira vez que a PF prende policiais de São Paulo de surpresa. O mesmo ocorreu na investigação sobre a ação do contrabandista Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, em 2003.

A chegada da documentação da PF é necessária ainda para que a Corregedoria da Polícia Civil informe oficialmente a chefia de Ordones no Departamento de Identificação e Registros Diversos (Dird) , responsável pelas delegacias dos aeroportos de São Paulo. Só depois que isso ocorrer é que Ordones será substituído por outro delegado na chefia da Delegacia do Aeroporto de Viracopos.

Ordones era bem visto por seus chefes imediatos. Já Di Rissio era conhecido pela oposição ao governo estadual que fazia à frente da Associação dos Delegados de Polícia. Recentemente, Di Rissio havia denunciado "ingerência política" na investigação da morte do prefeito de Santo André Celso Daniel. Pediu ainda a substituição do secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu, depois dos ataques feitos pelo Primeiro Comando da Capital. Na ocasião, chamou Saulo de "incompetente e amador".