Título: Serra e Alckmin vão unificar comitês
Autor: Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/07/2006, Nacional, p. A8
A campanha do PSDB ao governo de São Paulo, com José Serra à frente, será integrada à de Geraldo Alckmin para a Presidência da República. O próprio Serra revelou, em Avaré, que pretende fazer, em São Paulo, uma campanha só, o que evita dispersão de objetivos e economiza recursos. Segundo assessores de Serra, há possibilidade de serem utilizados os mesmos comitês na capital e no interior.
Cada região política terá um coordenador, sob uma coordenação geral, inicialmente confiada ao tucano Luís Henrique Lobo. São 23 coordenações regionais, distribuídas pelo Estado, quatro delas na capital. Não foi definido quanto será gasto na campanha.
A estratégia é liquidar a eleição de Serra no primeiro turno para colocar toda a estrutura a serviço da eleição de Alckmin no segundo turno. Um assessor revelou que as campanhas de Serra e de Alckmin serão fortemente apoiadas pelos candidatos legislativos. "Os candidatos a deputado estadual e federal devem colocar sua estrutura à disposição das candidaturas Serra e Alckmin."
ACUSAÇÃO
Ontem, em visita a Avaré, Serra acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de desviar dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) para o programa Bolsa-Família. O tucano ignorou seu adversário no Estado, o petista Aloizio Mercadante, e investiu contra o presidente, candidato à reeleição. "Estão passando a perna na lei, pondo o dinheiro da saúde em outras atividades. Quer dar Bolsa-Família em véspera de eleição, dê, mas não tire da saúde."
Segundo ele, o governo federal desviou R$ 1,6 bilhão no ano passado para o programa social. "Isso prejudica os Estados, principalmente São Paulo, que é muito dependente dos recursos do SUS."
O candidato criticou também a política econômica e cambial "maluca" do governo federal. "A política de juros e de câmbio está matando a economia do País", disse, ressaltando que essa não é a política econômica do PSDB. Lembrou ainda que o governo Lula prejudicou São Paulo no repasse das verbas para o Rodoanel. "Perguntem aos candidatos deles quanto o governo federal repassou."
Serra esteve também em Botucatu, a 225 km da capital. Nas duas cidades, tomou café e refrigerante em bares, cumprimentou simpatizantes e foi assediado por prefeitos e vereadores tucanos.
Em reunião com lideranças do PSDB, disse que a eleição no Estado não era "favas contadas" e destacou a necessidade de ajudar a eleger Alckmin. "É uma eleição só, aqui e lá."