Título: Folga do presidente sobre rivais no 1º turno cai de 9 para 7 pontos
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/09/2006, Nacional, p. A16

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, alcançou sua mais alta pontuação em uma pesquisa Ibope (30%) e estreitou um pouco mais a folga que ainda garante vitória no primeiro turno ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - que oscilou 1 ponto porcentual para baixo e chegou aos 49%. Pesquisa Ibope divulgada ontem pela TV Globo mostrou que a vantagem de Lula - que era de 15 pontos na última semana de agosto, chegou a 10 pontos na pesquisa de 8 de setembro e oscilou para 9 pontos no dia 15 - agora caiu para 7 pontos, com persistente tendência de queda.

A conta-gotas, Alckmin também tem confirmado tendência de alta em sua intenção de voto, embora venha crescendo sempre na margem de erro das pesquisas. Ele tinha 21% em 10 de agosto, manteve o índice em 18 de agosto, oscilou para 22% em 27 de agosto, foi para 25% em 1º de setembro, subiu para 27% no dia 8, novamente para 29% no dia 15 e agora chegou aos 30%. Para haver um segundo turno, seria preciso Lula perder 7 pontos ou os adversários ganharem 7 - ou ainda os rivais tomarem 3,5 pontos do presidente.

Na contagem dos votos válidos, Lula caiu de 55% para 54% e Alckmin subiu de 31% para 33%. Na simulação de um eventual segundo turno o petista oscilou para baixo (de 53% para 52%), enquanto Alckmin ficou estacionado nos 37% que exibiu nas duas pesquisas anteriores.

A CONTA-GOTAS

Também a conta-gotas, a rejeição de Lula continua mostrando tendência de alta: era de 24% no dia 27 de agosto, oscilou para 26% em 1º de setembro, subiu novamente para 27% em 8 de setembro e agora chega aos 28%. A de Alckmin oscilou agora 1 ponto, de 21% para 22%.

A avaliação positiva do governo (ótimo/bom) caiu 6 pontos, depois de experimentar tendência de alta desde fins de julho. O Ibope ressalva que a ordem das perguntas no questionário do dia 15 poderia induzir o eleitor a um julgamento mais drástico. O 'ótimo/bom', que pontuou 46% em 8 de setembro e bateu em 49% em 15 de setembro, caiu agora para 43%. A avaliação negativa (ruim/péssimo), que era de 19% em 8 de setembro e caiu para 16% em 15 de setembro, voltou agora aos 19%.

Os ainda discretos sinais de um possível arranhão na imagem do governo também se revelam no índice de aprovação do presidente, mantidas as mesmas ressalvas. Os que o aprovam eram 59% no dia 8, 62% em 15 de setembro e agora são 58%.

Lula perdeu 3 pontos porcentuais em parte de seu eleitorado preferencial, os que têm até a 4ª série do ensino básico (de 61% para 58%), mas recuperou 2 pontos na outra parte, os que têm entre a 5ª e a 8ª séries (de 54% para 56%); também perdeu 4 pontos entre os que têm ensino superior (de 33% para 29%). Alckmin tomou 3 pontos do petista no Sudeste, que esquadrinhou na última semana: o tucano foi de 32% para 35% e Lula, de 44% para 41%.

O grande salto de Alckmin foi nos grotões, as cidades até 20 mil habitantes, onde foi de 24% para 32%; nessa faixa, Lula perdeu 7 pontos, caindo de 60% para 53%. Mas Alckmin perdeu 3 pontos nas cidades entre 20 mil e 100 mil habitantes, descendo de 34% para 31%; nelas, Lula subiu 4 pontos, de 48% para 52%.

Nos grupos de renda, Alckmin subiu 8 pontos no segmento dos que ganham mais de 10 salários mínimos (de 41% para 49%) e conquistou mais 3 na faixa dos que ganham entre 1 e 2 salários (de 25% para 28%). Lula perdeu 3 pontos na faixa mais alta (de 30% para 27%), o que pode significar um início de debandada da classe média, e perdeu outros 3 entre os que ganham de 1 a 2 salários.

O Ibope ouviu 3.010 eleitores, em 203 municípios, entre os dias 18 e 20 de setembro, com margem de erro de 2 pontos porcentuais.