Título: Bancos baixaram a guarda, diz sindicato
Autor: Bruno Tavares e José Dacauaziliquá
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/09/2006, Metrópole, p. C3

O Sindicato dos Bancários de São Paulo culpou a direção das instituições financeiras pelo aumento do número de roubos a agências no Estado. Para a entidade, o fenômeno ocorreu porque os bancos 'baixaram a guarda' no que diz respeito à segurança. 'Algumas instituições retiraram as portas giratórias (que são equipadas com detector de metais) e muitas das que estão em funcionamento estão descalibradas', afirmou o presidente da entidade, Luiz Cláudio Marcolino. 'O número de vigias por agência também é insuficiente. Tem banco em São Paulo que só tem um segurança.'

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) rebateu as alegações do sindicato, dizendo que a Polícia Federal exige planos de segurança para todas as agências bancárias do País e só permite mudanças depois de analisá-las.

Mas os argumentos do sindicalista são repetidos pelo secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro. 'Os números fornecidos pela polícia não correspondem à verdade, pois somente os casos em que há mortos e feridos são registrados nas delegacias', acrescentou Cordeiro. 'Quando os prejuízos são apenas financeiros, os bancos preferem não prestar queixa, para evitar prejuízo à imagem.' A Febraban nega que isso seja a praxe das instituições.

Ainda segundo Cordeiro, pelos menos 12 pessoas - entre funcionários e clientes - morreram nos últimos 12 meses vítimas de assaltos a bancos no País.

Para a Febraban, a insegurança está 'da porta para fora'. A entidade alega que, 'da porta para dentro', suas ações estão limitadas pelas normas e procedimentos adotados pela PF. A federação informou ainda que o valor gasto este ano com melhorias nos sistemas de segurança das agências bancárias deve ultrapassar R$ 4 bilhões - valor equivalente à soma do lucro do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, os dois maiores bancos do País, ambos públicos.