Título: Ganho de escala para vencer a concorrência
Autor: Márcia De Chiara
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/09/2006, Economia, p. B12

O tamanho é um fator primordial para as empresas competirem no mercado internacional, especialmente no caso das indústrias voltadas para a produção de commodities, diz o coordenador do Grupo de Indústria e Competitividade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), David Kupfer.

O coordenador do Banco de Dados Especiais da FGV, Aloisio Campelo, ressalta que é exatamente nas commodities e nos bens intermediários (metalurgia, química, celulose, minérios e petróleo) que é necessária escala de produção para vencer a concorrência. Isso porque há relativamente pouca margem para inovações nessas indústrias.

Apesar do esforço crescente das empresas para ganhar musculatura, adquirindo concorrentes aqui e no exterior, a fatia das gigantes brasileiras no ranking das maiores empresas mundiais é muito pequena

Uma comparação feita por Campelo a pedido do Estado mostra que as indústrias brasileiras são insignificantes perto das gigantes mundiais dos seus respectivos setores. Ele selecionou as maiores brasileiras em faturamento segundo o ranking da FGV de sete setores em que o País tem vantagens comparativas (alimentos, bebidas, mineração, papel e celulose, petróleo, petroquímica e siderurgia) e converteu as vendas de reais para o dólar em 1995 e 2005.

Campelo comparou as vendas em dólar das brasileiras com o faturamento total em dólar dos respectivos setores da indústria que elas pertencem no ranking das 500 maiores companhias do mundo da revista Fortune.

O maior avanço foi da AmBev. Em 1995, antes da fusão com a Antarctica, a Brahma vendia em dólar o equivalente a 3,53% da receita do setor de bebidas das maiores empresas do mundo. Em 2005, essa fatia saltou para 9,19%.

Outro destaque é a Gerdau. O seu faturamento em 1995 equivalia a 0,82% da receita das maiores companhias mundiais. Subiu para 2,92% em 2005. 'Na siderurgia a consolidação foi maior', diz Campelo. M.C.