Título: Acusado diz que fica na campanha
Autor: Expedito Filho e Sônia Filgueiras
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/08/2006, Nacional, p. A11

Apesar das acusações de ligação com a máfia dos sanguessugas, o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Antonio Alves de Souza, disse estar disposto a continuar na pasta e à frente da comissão temática da área, que prepara programa de governo para a campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Souza coordena as propostas para a área de saúde há mais de um mês. "Estou totalmente desvinculado deste escândalo. Não há motivo para eu me afastar do trabalho que venho desempenhando com prazer", defendeu-se.

Segundo ele, não houve nenhuma sinalização para que ele se afastasse da atividade de campanha.

O secretário afirmou ainda que deve entrar na Justiça contra Ronildo Medeiros, integrante do esquema que disse, em depoimento à Justiça, que Souza era o "contato" da máfia na Saúde, no período em que exercia a secretaria-executiva da pasta.

Souza não é o primeiro integrante da campanha à reeleição de Lula a ter seu nome citado no escândalo dos sanguessugas. O prefeito petista de Santana do Amapá e coordenador da campanha de Lula no Estado, José Antonio Nogueira, também foi acusado de envolvimento.

Cirurgião-geral, Souza foi chefe de gabinete do ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) e assumiu a secretaria-executiva depois da ruidosa saída do sanitarista Gastão Wagner. Quando o peemedebista Saraiva Felipe assumiu, ele foi nomeado secretário de Gestão Estratégica.

Souza disse ontem estar "entristecido" e "surpreso" com as acusações feitas contra ele. "Mas ainda vou descobrir o que está por trás disso." Cauteloso, o secretário afirmou que qualquer medida será adotada somente depois de ele ler com cuidado o teor do depoimento dado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, empresa ligada à máfia dos sanguessugas.