Título: Lucro da Vale chega a R$ 3,9 bi
Autor: Mônica Ciarelli
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/08/2006, Negócios, p. B17
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) registrou um lucro líquido de R$ 3,9 bilhões no segundo trimestre, o maior ganho trimestral da história da companhia e 12,3% superior ao do segundo trimestre de 2005. O lucro acumulado no semestre chega a R$ 6,1 bilhões, um aumento de 19,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas no semestre somaram R$ 18,4 bilhões, com aumento de 7,6% sobre a primeira metade de 2005.
O retorno sobre o patrimônio líquido atingiu 32,2% no segundo trimestre, resultado considerado excelente - mas abaixo dos 35,7% registrados pelo Banco Itaú no mesmo período. O Itaú foi o primeiro banco de grande porte a divulgar seu balanço - teve lucro de quase R$ 3 bilhões no trimestre.
O resultado ficou acima do esperado pelos analistas financeiros e poderia ser maior, não fosse a valorização do real frente ao dólar. A Vale estima uma perda líquida em torno de R$ 1,093 bilhão só pela queda do dólar no período, já que a maior parte das vendas da empresa é para o exterior.
As exportações somaram US$ 4,8 bilhões no acumulado do semestre, com acréscimo de 46,8% frente ao primeiro semestre de 2005. O saldo líquido somou US$ 4,4 bilhões, representando quase um quarto (22,4%) do superávit total da balança comercial brasileira no primeiro semestre de 2006.
O minério de ferro continua sendo o carro-chefe da empresa, respondendo por 64,2% das receitas no semestre. O alumínio vem a seguir, com participação de 14,1% nas vendas. As atividades de logística responderam por 8,7%. Os demais 13% estão distribuídos nos outros minérios, como cobre, produtos siderúrgicos, manganês e ferro ligas.
Em volume, a Vale movimentou 129,8 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas na primeira metade do ano, com aumento de 7,6% ante igual período de 2005. A Ásia é cada vez mais relevante para a companhia brasileira e as vendas para a China já quase se equiparam às realizadas no mercado interno brasileiro, com participações de 18,2% e 20,9%, respectivamente. No primeiro semestre de 2005, a China representou 11,5% das vendas da Vale e o Brasil por 23,9% no total.
INVESTIMENTOS
Para acompanhar o ritmo de crescimento, a empresa, terceira maior mineradora do mundo, manteve um pesado programa de investimentos. No primeiro semestre foram aplicados em novas atividades o equivalente a US$ 1,944 bilhão, com aumento de 39,8% ante igual período de 2005. O maior volume foi para ampliação de atividades onde já atua (US$ 1,361 bilhão), outros US$ 536 milhões em atividades de manutenção e US$ 47 milhões na aquisição de outras empresas. Desde a pulverização das suas ações, há quatro anos, a Vale do Rio Doce é uma das empresas com maior número de acionistas do País, especialmente os titulares de papéis adquiridos com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Segundo a empresa, os últimos números eram de 146.034 acionistas e outros 334.569 cotistas dos fundos de FGTS.