Título: Mortos em Qana foram 28 e não 56
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Fonte: O Estado de São Paulo, 04/08/2006, Internacional, p. A13

A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Humans Rights Watch revisou o número de mortos no bombardeio israelense à vila de Qana, domingo, baixando a cifra de 56 civis para 28, metade do informado inicialmente por autoridades libanesas. Morreram 19 crianças e estão desaparecidas 13 pessoas, que os moradores de Qana dizem estar sob os escombros.

Os esforços para a recuperação de corpos já foram encerrados.

A Human Rights Watch, com sede em Nova York, reexaminou os números com base nos dados da Cruz Vermelha Internacional e registros dos hospitais da região. Na grande maioria, as vítimas pertenciam a duas famílias refugiadas no porão do prédio bombardeado pela aviação de Israel.

O ataque com mísseis contra o prédio provocou condenação internacional e levou Israel a reduzir a escala dos bombardeios no país por 48 horas.

Ontem, Israel revelou as conclusões do inquérito instaurado para apurar por que um local cheio de civis foi atacado. Os militares disseram ter cometido um erro ao bombardear o local , que pensavam ser "um esconderijo de terroristas". Eles alegaram que não teriam desfechado o ataque se soubessem que ali havia civis e acusaram o grupo xiita libanês Hezbollah de usar civis como escudos humanos. O comandante do Exército, general Dan Halutz, pediu desculpas pelas mortes e disse ter ordenado que o setor de inteligência atualize seus dados sobre alvos no Líbano.

Mas a Anistia Internacional, com sede em Londres, qualificou a investigação de "claramente inadequada" porque os sobreviventes contaram que se abrigavam no local havia duas semanas e sua presença teria sido detectada pelos aviões israelenses de reconhecimento que patrulham constantemente o vilarejo.