Título: Acabou a deflação. IPC sobe 0,21%
Autor: Célia Froufe
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/08/2006, Economia, p. B4

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP mostrou inflação de 0,21% na cidade de São Paulo em julho, bem acima da deflação de 0,31% em junho. O núcleo do IPC acelerou de 0,07% (junho) para 0,13% em julho.

A maior alta em julho ocorreu no item saúde, com 0,83%, ante 0,06% no mês anterior. O segundo maior aumento foi dos transportes, de 0,42%, item que em junho teve queda de 0,32%. As despesas pessoais, cujos preços caíram 0,30% em junho, apresentaram alta de 0,36%.

Os alimentos ficaram 0,31% mais caros em julho, mas em junho haviam caído 1,36%. Já a habitação encerrou o mês em alta de 0,06%, menos que o 0,17% de junho. A educação variou 0,04%, mesmo índice de junho.

As liquidações de inverno contribuíram para que os preços das roupas caíssem 0,93%. Um mês antes, o mesmo grupo mostrou aumento de 0,04%.

O coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti, manteve a previsão de inflação de 2,5% neste ano na capital. "Mesmo que não haja nada que comprometa o desempenho favorável, só altero a projeção com um aumento da gasolina ou do dólar", disse ele.

Para agosto, Picchetti prevê índice semelhante ao de julho. Segundo ele, os preços industrializados devem pressionar os preços. "A elevação desses preços deve ser a novidade da dinâmica do IPC no segundo semestre, geralmente mais forte do que no primeiro", disse.

Apesar desse cenário, Picchetti não acredita que esteja comprometido o desempenho geral favorável dos preços. A avaliação de analistas de bancos estrangeiros também é positiva. Para Flavia Cattan-Naslausky, do Royal Bank of Scotland, o índice começa a mostrar maior pressão nos preços dos alimentos, encerrando quase de seis meses de deflação. "Isso não altera a perspectiva para inflação no curto prazo pois o núcleo inflacionário continua benigno", disse.