Título: Brasil reabrirá embaixada no Iraque
Autor: Lourival Sant¿Anna
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/08/2006, Internacional, p. A21

Ele abriu as embaixadas do Brasil na Zâmbia, em 1982, no Zimbábue, em 1986, na Namíbia, em 1990, e na Autoridade Palestina, em 2004. Embaixador de ¿linha de frente¿, Bernardo de Azevedo Brito embarcou ontem em Cumbica para um novo desafio: reativar a embaixada do Brasil em Bagdá, sem embaixador desde que o Iraque invadiu o Kuwait, em 1990.

Aposentado no ano passado, Brito, de 71 anos, não resistiu ao convite: ¿Se me tivesse sido oferecido um desses postos super fáceis e graciosos, não aceitaria¿, disse o veterano embaixador ao Estado, pelo telefone. ¿Nesse caso, não aceitar seria impossível. Seria prova de desinteresse profissional. Estou muito contente de ir.¿

Quanto ao problema-chave da segurança pessoal, o embaixador não quis entrar em detalhes, mas disse que será montado um esquema especial. Brito, que nunca esteve no Iraque, antecipa que a embaixada pode ter de ser mudada para um prédio próprio e mais seguro. Atualmente, ela fica numa casa alugada, fácil de arrombar, como, aliás, aconteceu no fim da guerra, em 2003. No início, Brito deve ficar indo e voltando entre Bagdá e Amã, onde foi montado o escritório avançado para o Iraque, no qual ele já vinha trabalhando antes de ter a indicação aprovada pelo Senado, no mês passado.

Segundo Brito, que deve apresentar suas credenciais em setembro ao presidente do Iraque, Jalal Talabani, sua atuação terá ênfase nas atividades comerciais. ¿É um país destruído, mas rico, com uma população grande, que pode ser um parceiro importante.¿

¿Acredito que o Brasil pode contribuir em muito para a reconstrução daquele país, sob a forma de contratos os mais diversos¿, espera o embaixador, citando como exemplo a construção de estradas e a exploração de petróleo. ¿As empresas brasileiras são competitivas em muitos setores. Várias tiveram, no passado, papel importante no desenvolvimento do Iraque. Não há razão para que não voltem a tê-lo.¿

Entre os produtos brasileiros que podem ser exportados para o Iraque estão, segundo o embaixador, aviões da Embraer, equipamentos de transporte, linhas de transmissão, maquinas agrícolas, equipamentos hospitalares e odontológicos e alimentos em geral, incluindo carnes de diferentes tipos, que já são vendidas ao país.