Título: Marcola é processado de novo
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Fonte: O Estado de São Paulo, 23/08/2006, Metrópole, p. C4
A Justiça aceitou mais uma denúncia contra os presos Marcos Camacho, o Marcola, e Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, líderes do Primeiro Comando da Capital. Ambos são apontados como mandantes do assassinato do carcereiro Elias Pereira Dantas.
A vítima foi executada a tiros em maio, durante os atentados comandados pela facção criminosa, em represália à transferência de 765 de seus integrantes para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista.
Marcola e Julinho Carambola respondem ainda a processo pelo assassinato de um bombeiro, também morto em maio. Segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, o carcereiro foi executado por Leandro Lopes Badollato, o Toquinho, e Michael do Rosário, o Zara. O juiz Richard Francisco Chequini, do 1º Tribunal do Júri da Capital, aceitou a denúncia contra os quatro e decretou a prisão preventiva deles. Os dois líderes do PCC já cumprem pena e, atualmente, estão recolhidos em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes.
Mesmo assim, o juiz decretou a preventiva de Marcola e Carambola para evitar que tenham benefícios na progressão da pena, como o direito ao regime semi-aberto. Toquinho está preso, mas é réu primário. Zara está foragido.
Apontados, respectivamente, pelo Ministério Público como o número 1 e o número 2 do PCC, Marcola e Julinho Carambola também foram denunciados, em outro processo, pelos atentados contra três ônibus, tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma. A denúncia foi oferecida no último dia 7 na 3ª Vara Criminal da Capital.
Também ontem, o procurador-geral da Justiça, Rodrigo Pinho, protocolou uma reclamação contra a decisão unânime da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça que concedeu habeas-corpus a Marcola. Os desembargadores consideraram inconstitucional a internação do preso no RDD, em janeiro deste ano. O castigo, porém, foi prorrogado em maio por mais 30 dias.