Título: PF põe nomeação para TCE sob suspeita
Autor: Vannildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/08/2006, Nacional, p. A13

Relatório da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal em Rondônia atribui ao governador Ivo Cassol (PPS) responsabilidade pela articulação que levou à nomeação do conselheiro Edilson de Souza Silva para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Edilson é um dos prisioneiros da Operação Dominó, que investiga corrupção nos três Poderes locais. Segundo a PF, Cassol empenhou-se para conseguir a aposentadoria de um conselheiro, Amadeu Machado, e entregou a vaga a Edilson.

"A ação do governador foi decisiva para a nomeação (no fim de 2005)", destaca o documento de 649 páginas, que lança suspeita sobre Cassol.

O relatório, entregue ao Superior Tribunal de Justiça, sustenta que "o conselheiro Edilson é representante do grupo criminoso no TCE".

O conselheiro atuava como advogado do deputado Carlão de Oliveira, presidente da Assembléia, também capturado pela PF. "A nomeação de Edilson é uma evidente ocupação de cargos públicos por integrantes do grupo, característica marcante das organizações criminosas", anota o delegado Hugo Der Barros Correia.

Os diálogos monitorados pela PF sugerem que não houve sequer sessão parlamentar na Assembléia para indicação do futuro conselheiro, apenas uma formalização documental. "Após a efetivação de sua nomeação, Edilson mantém diálogo com Carlão que esclarece as circunstâncias que antecederam o ato, deixando claro o acordo realizado com o governador e o presidente da Assembléia", assinala o documento. Num diálogo, Carlão pergunta a Edilson o que o governador teria prometido a Amadeu Machado para que pedisse aposentadoria.

Por meio de sua assessoria, Cassol informou que "não compactua com a corrupção ou qualquer ilegalidade".