Título: Uruguai sai em busca de energia
Autor: Ariel Palacios
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/06/2006, Economia, p. B6

O governo do presidente Tabaré Vázquez, do Uruguai, determinou uma série de restrições ao consumo de energia elétrica para evitar o agravamento da crise energética que afeta o país.

O Uruguai enfrenta problemas no abastecimento por causa da severa seca que atinge todo seu território. Com isso, diminuiu a capacidade das principais hidrelétricas, a de Salto Grande (binacional, compartilhada com a Argentina) e a de Rio Negro (no interior do país).

Por causa da crise, o governo Vázquez está negociando com a Argentina a importação de energia. Representantes da Usinas e Transmissões Elétricas (UTE), a estatal de energia elétrica, e do Ministério de Indústria, Minas e Energia, foram a Buenos Aires tentar conseguir o fornecimento argentino.

BRASIL O Uruguai também estaria negociando a compra de energia com o Brasil.

O ministro das Minas e Energia do Uruguai, Jorge Lepra, declarou no Parlamento em Montevidéu, que os enviados uruguaios também se reuniram com integrantes da comitiva do ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, que esteve na capital argentina na terça-feira.

"A situação é grave. Nossos enviados estiveram com as autoridades da área de Energia do Brasil e da Argentina, discutindo a situação, que é regional. Temos de fazer esforços no Uruguai para poupar energia e evitar restrições maiores."

Gerardo Rey, diretor da UTE, declarou que a hidrelétrica de Salto Grande está com uma produção historicamente baixa.

"Lamentavelmente, as perspectivas são de um inverno frio e seco. Esses dois fatores conspiram contra as possibilidades de geração de energia elétrica. A ausência de chuvas provoca um maior problema em Salto Grande, enquanto o frio está associado aos picos de consumo."

O governo uruguaio está obrigando os estabelecimentos comerciais e empresas a reduzir em 50% o uso de elevadores, escadas mecânicas e a iluminação em lojas e estacionamentos.

As lojas de produtos de iluminação e de eletrodomésticos não poderão exibir equipamentos ligados. As vitrines de estabelecimentos comerciais só poderão ter iluminação de, no máximo, 100 watts.