Título: Estatal assume poços nos EUA
Autor: Nicola Pamplona, Teresa Navarro
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/08/2006, Economia, p. B4

A Petrobrás ampliou sua participação em dois importantes campos de petróleo nos Estados Unidos. Segundo comunicado divulgado na noite de ontem , a empresa se torna operadora dos campos Cascade e Chinook, em águas profundas do Golfo do México, após comprar fatias pertencentes à australiana BHP Billiton. A estimativa é de que os dois projetos comecem a produzir petróleo a partir de 2009.

Ao se tornar operadora, a Petrobrás assume as rédeas dos projetos e já anunciou que pretende levar tecnologia brasileira para a região. A primeira decisão é utilizar, na primeira fase de produção, um navio-plataforma para extrair óleo dos reservatórios, conceito muito usado no Brasil, mas ainda inédito no Golfo do México.

Segundo avaliação da empresa, o uso de navios-plataforma pode reduzir os prejuízos em caso de furacões, já que são mais fáceis de ser deslocados para águas mais calmas. Para a segunda fase, informou a empresa, novas instalações serão projetadas a partir dos resultados do primeiro teste.

Com as aquisições anunciadas ontem, a Petrobrás passa a ter 50% de participação em Cascade, onde tem como sócia a americana Devon. Em Chinook, a companhia ainda negocia a fatia da americana Amerada Hess e pode chegar a 71,67% de participação, em parceria com a francesa Total.

Os dois projetos fazem parte de uma estratégia adotada nos últimos anos pela Petrobrás Americas: buscar reservatórios de óleo e gás a altíssimas profundidades. Nos dois casos, a estatal encontrou acumulações de petróleo e gás abaixo dos 8,3 mil metros, entre água e rocha.

RESERVAS A empresa não informa, porém, o volume de reservas de cada campo. Em entrevista no início do ano, o presidente da Petrobrás Americas, Renato Bertani, disse que, somado ao projeto de St Malo, também no Golfo, a empresa tem participação em reservas estimadas em 1 bilhão de barris na região.

Agora, a Petrobrás negocia a contratação de plataformas de perfuração de poços para prosseguir o desenvolvimento dos campos, considerados prioritários para o Golfo do México.