Título: Candidato sem carisma não era o favorito do partido
Autor: Paulo Sotero
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/07/2006, Internacional, p. A12

Há algumas razões para que o provável triunfo de Felipe Calderón nas eleições do México anime os simpatizantes da candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ao palácio do Planalto.

A exemplo do postulante tucano à presidência do Brasil, Calderón, advogado de 43 anos, católico praticante, tornou-se candidato do Partido de Ação Nacional (PAN) contra a vontade dos cardeais da legenda - incluindo o presidente Vicente Fox -, que preferiam como candidato o ex-ministro da Justiça Santiago Creel.

Também como Alckmin, Calderón é um político desprovido de carisma pessoal, sem dons naturais de liderança, que se projetou mais pela perseverança, capacidade de articulação demonstrada na política interna do PAN e a fama de bom administrador que ganhou em dois anos no comando do Ministério da Energia, no governo de Fox.

O outro paralelo é que, como acontece hoje com o tucano, o candidato mexicano foi dado como derrotado por antecipação quando se lançou à disputa da presidência com o popular esquerdista Andrés Manuel López Obrador, o ex-prefeito da Cidade do México e candidato da esquerda.