Título: Consultores falam em resultado ainda menor
Autor: Vânia Cristino
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/07/2006, Exportações batem recorde e chegam a US$ 11,435 bi, p. B1

Consultorias e entidades de comércio exterior já começam a reduzir as previsões de superávit comercial para abaixo dos US$ 40 bilhões. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revisará sua expectativa para um valor inferior ao patamar, da mesma forma que já fez a MB Associados. Além disso, a avaliação é de que a meta de exportações do governo, de US$ 132 bilhões, não seja alcançada este ano, principalmente por conta do câmbio.

"Para este ano, eu acho que o superávit comercial é bem inferior aos US$ 40 bilhões", disse o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro. Ele explica que os resultados das vendas externas de junho surpreenderam. No entanto, argumenta que as vendas de US$ 1 bilhão na sexta-feira influenciaram o resultado do mês. A entidade fechará as novas previsões para a balança até o fim deste mês.

A MB Associados revisou de US$ 40 bilhões para US$ 38 bilhões a estimativa de superávit neste ano. O economista da consultoria Sérgio Vale explica que os efeitos do câmbio sobre o comércio exterior estão aparecendo e indica que a principal variável para a redução do saldo é a evolução das importações, que devem crescer mais com a atividade econômica mais forte neste segundo semestre. Além disso, ele avalia que a greve dos fiscais da Receita Federal prejudicou mais as importações que as exportações. O que estaria fazendo os números das importações virem um pouco menores. Quando o movimento terminar, o reflexo nas estatísticas será maior. Para 2007, a consultoria prevê saldo de US$ 29 bilhões.

A Rosenberg & Associados, que manteve a projeção de um saldo de US$ 40 bilhões, também admite a possibilidade de revisão desse valor. Segundo a economista da consultoria, Thaís Marzola Zara, tem havido um "arrefecimento da balança". Por isso, considera US$ 40 bilhões mais como um "teto" do que centro das projeções.