Título: Corregedoria do Senado investiga Suassuna, Magno e Serys
Autor: Eugênia Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/08/2006, Nacional, p. A7

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), decidiu abrir hoje investigação para apurar o suposto envolvimento de três senadores - Magno Malta (PL-ES), Ney Suassuna (PMDB-PB) e Serys Slhessarenko (PT-MT) - com a máfia dos sanguessugas. Os três foram notificados pela CPI dos Sanguessugas e voltaram ontem a garantir sua inocência.

Tuma tem o prazo de 30 dias para fazer as investigações. Se considerá-los culpados, a corregedoria deverá sugerir ao Conselho de Ética do Senado a cassação de seus mandatos.

"Vou pedir todo o material sobre os três na CPI e na Polícia Federal e analisar tudo antes de chamar os senadores", afirmou Tuma, um dos integrantes da comissão. Marcelo Cardoso de Carvalho, ex-assessor de Suassuna, deverá ser um dos primeiros convocados para depor na corregedoria. Marcelo negociaria com a Planam, principal empresa da máfia, propina de 10% em cima dos valores das emendas apresentadas ao orçamento para compra superfaturada de ambulâncias. O assessor teria recebido R$ 237 mil.

Na avaliação de Tuma, o caso do líder do PMDB é o mais grave. "No caso do senador Suassuna as circunstâncias são mais graves." O corregedor observou que será preciso fazer uma perícia para verificar se a assinatura de Suassuna em emendas orçamentárias é realmente falsa, conforme alega o peemedebista. Suassuna reafirmou ontem que não conhece ninguém da família Vedoin, dona da Planam, e disse que está sendo perseguido "por pessoas do Sul-Sudeste" por ser nordestino e apoiar o governo.

Magno Malta teria feito um acordo com a Planam, pelo qual receberia 10% se destinasse emenda de R$ 1 milhão à empresa. Como adiantamento, Magno teria ganho um Fiat Ducato. O senador não apresentou a emenda. Magno admitiu que usou o Fiat Ducato do deputado licenciado Lino Rossi (PP-MT), mas como empréstimo e o devolveu há um ano. Da tribuna do Senado, Magno disse que o carro estava em nome de José Luís Cardoso e não de alguma empresa e chegou a pagar o IPVA. Tuma vai estudar se fará acareação entre Rossi e Magno.

O genro de Serys, Paulo, teria pedido R$ 35 mil à Planam para pagar dívidas de campanha. Em troca, a senadora apresentou emenda de R$ 700 mil que favoreceria a empresa. "A senadora entregou documentos mostrando que não tem envolvimento com o esquema. Mas pretendo convocar seu genro à corregedoria", disse Tuma.