Título: Israelenses querem saída de Olmert
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Fonte: O Estado de São Paulo, 26/08/2006, Internacional, p. A22

A maioria dos israelenses (63%) quer a renúncia do primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, em uma dura censura pública sobre o modo como ele conduziu a guerra no Líbano contra o Hezbollah, indicou uma pesquisa publicada ontem pelo jornal Yedioth Ahronoth.

Muitos israelenses consideram o cessar-fogo obtido pela ONU e apoiado por Olmert como um fracasso para Israel, pois a liderança do Hezbollah permanece e os dois soldados israelenses, cuja captura por milicianos do grupo xiita em 12 de julho desencadeou a guerra, ainda estão cativos. Pelo menos 1.110 pessoas morreram no Líbano e 157 em Israel.

Várias pesquisas também indicam uma queda de popularidade do Partido Kadima (centro direita), de Olmert, e um aumento da aprovação do direitista Likud e de seu líder Binyamin Netanyahu após 34 dias de guerra.

Outra pesquisa, publicada no jornal Maariv, mostrou que apenas 14% dos israelenses votariam em Olmert se fossem realizadas novas eleições, enquanto 26% votariam em Netanyahu, que já foi primeiro-ministro. Na pesquisa do Yedioth, 45% dos entrevistados disseram que votariam em Netanyahu.

O Yedioth, o diário com maior circulação de Israel, chamou o resultado de sua pesquisa de "um terremoto" político. As próximas eleições estão programadas para 2010. Entretanto, o governo de Olmert pode ser forçado a deixar o poder antecipadamente em meio à crescente irritação da população com sua performance durante a guerra.

ASSÉDIO

O presidente de Israel, Moshe Katsav, desmentiu as acusações de que forçou uma ex-funcionária a manter relações sexuais com ele, em sua primeira entrevista desde que foi interrogado pela polícia esta semana. "Estas acusações são absurdas", disse Katsav ao jornal Yedioth. A polícia confiscou no início da semana computadores e documentos da casa de Katsav - cujo cargo é protocolar - e o interrogou por quatro horas sobre as acusações de assédio sexual. Se ele for acusado formalmente não enfrentará julgamento por causa da imunidade, mas poderá ser interpelado pelo Parlamento se for determinado que atuou de forma imprópria.