Título: Nasa retoma construção da ISS
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Fonte: O Estado de São Paulo, 26/08/2006, Vida&, p. A34

O ônibus espacial Atlantis parte amanhã às 17h30 (horário de Brasília) do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). O lançamento pode ser adiado caso as condições do tempo não sejam favoráveis. Ontem, a probabilidade de adiamento era de 40%, por causa da previsão de tempestades na região do Cabo Canaveral.

Com a missão STS-115, a Nasa, a agência espacial americana, retoma, após três anos e meio, a construção da ISS. O processo de ampliação do complexo, por módulos, foi suspenso após a explosão da Colúmbia, em fevereiro de 2003, que matou seus sete tripulantes.

A TOQUE DE CAIXA

Durante o período em que as obras foram suspensas, a ISS - uma armação de módulos e vigas mantida por uma tripulação básica -, não chegou nem perto de seu objetivo de se tornar um posto avançado de pesquisa de ponta.

A Atlantis transporta para a ossatura da estação um segmento do tamanho de um ônibus incluindo um novo conjunto de painéis de energia solar. Os painéis - que valem US$ 372 milhões e pesam 17,5 toneladas - vão dobrar a capacidade de geração de energia da estação, suprindo um quarto das necessidades do complexo orbital.

Desde que o projeto começou, no final de 1998, com a junção de dois módulos, um americano e um russo, 16 países montaram vagarosamente uma estrutura pesando 180 toneladas . Quando estiver completa, ela deverá pesar quase 460 toneladas e ocupar uma área equivalente à de uma casa de cinco dormitórios.

Para atingir esse objetivo, a Nasa terá que superar suas missões mais difíceis, começando com essa da Atlantis. O ônibus e sua tripulação de seis membros terão de remover os novos equipamentos delicadamente do compartimento de carga e instalá-los durante três passeios espaciais de duas equipes de astronautas.

A agência programou cerca de 15 vôos para completar o projeto antes da aposentadoria dos ônibus, em 2010. As próximas quatro missões transportarão outras estruturas em treliça para estender a espinha dorsal da estação para mais de 105 metros. Pronta, a estrutura suportará quatro conjuntos enormes de painéis solares, baterias e radiadores para dispersão de calor.

"Essas missões serão de uma intensidade extrema e terão de ser rigidamente coreografadas", diz Phil Engelauf, diretor de vôo da Nasa. "A montagem da estação nesses vôos não tem paralelo na história espacial", diz Suffredini. "Sabemos que poderão surgir situações inesperadas, mas estamos ansiosos para começar."