Título: Além de voz e dados, objetivo é oferecer vídeo
Autor: Graziella Valenti
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/08/2006, Economia, p. B25

O presidente do Grupo Telefônica no Brasil, Fernando Xavier, afirma que o objetivo da empresa ao solicitar uma licença de satélite (DTH) para operação de TV por assinatura é alcançar o modelo triple play - provedor único de voz, banda larga e TV. Para ele, é natural que as companhias de cabo ofereçam voz, assim como é perfeitamente correto que as concessionárias atuem no segmento de TV. Inicialmente, o serviço deverá ser oferecido na região da empresa - o Estado de São Paulo. Mais à frente, segundo o executivo, será estudada a possibilidade de extensão para outros Estados: ¿Vamos avaliar gradativamente a questão. Primeiro, temos que conseguir a licença¿.

A companhia optou por este caminho por sofrer restrições para operar pela tecnologia terrestre e por já ter experiências similares na América Latina, especificamente no Peru e no Chile. Sociedades de controle estrangeiro não podem deter licença de cabo. A empresa tem garantida a escala para a infra-estrutura, uma vez que usará o mesmo satélite que provê o serviço para os demais países na região.

Apesar da vantagem com a escala, a Telefônica não vê sentido em restringir o capital estrangeiro no controle do serviço quando a tecnologia adotada é o cabo, pois a operação neste segmento é permitida em outros tipos de tecnologia.

No Brasil, existem quatro regras diferentes para a prestação do serviço de TV paga, conforme a infra-estrutura utilizada (Lei do Cabo, MMDS, DTH e TV por assinatura). Segundo Xavier, esta limitação de controle existe apenas no Brasil.

O executivo não quis falar muito sobre a estratégia de IPTV - fornecimento de serviços de TV paga sobre linha telefônica. ¿Esse assunto está num espaço muito sujeito a interpretações. O ideal seria que, de uma vez por todas, isso fosse formalmente regulado, de maneira que nós pudéssemos acompanhar o cenário internacional."